Um ano depois da maioria absoluta nas eleições legislativas, a sondagem da Universidade Católica para a RTP evidencia uma grande queda do PS, com apenas 32 por cento dos votos. Na estimativa de resultados eleitorais, os social-democratas surgem logo atrás, com 31 por cento. Se houvesse eleições, o conjunto dos votos dos partidos de direita ultrapassaria a junção dos votos da esquerda, algo que não se verificava desde 2015.
A estimativa de resultados eleitorais na mais recente sondagem da Católica para a RTP dá sinais de uma esquerda em declínio e de uma direita em crescendo. Pouco mais de um ano depois das eleições que deram a maioria absoluta ao Partido Socialista, a sondagem mostra uma quebra abrupta do PS para os 32 por cento nas intenções de voto, muito longe dos 41 por cento das eleições de janeiro de 2022.
Nesta sondagem da Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e jornal Público, o PSD de Luís Montenegro alcança os 31 por cento, mais 1 por cento face à sondagem de julho de 2022, mais três pontos em relação ao resultado das últimas eleições legislativas, ainda sob a liderança de Rui Rio. Nesta sondagem, PSD, Chega e Iniciativa Liberal alcançam em conjunto 50 por cento das intenções de voto. Já o PS,
Bloco de Esquerda, CDU, PAN e Livre ficam-se pelos 47 por cento. É a
primeira vez que a direita ultrapassa a esquerda desde 2015. Surge depois o Chega de André Ventura, que se mantêm como terceira força política e alcança os 11 por cento, com mais quatro pontos do que no resultado de há um ano e mais dois por cento em relação à sondagem de julho.
Também à direita, a Iniciativa Liberal e o novo presidente do partido, Rui Rocha, alcançam os 8 por cento, mais três por cento do que na eleição de 2022 e mais dois por cento do que na sondagem de 2022.
Do outro lado do espectro político, o Bloco de Esquerda conta, segundo a sondagem, com uma estimativa de sete por cento (mais dois por cento). Já a CDU perdeu um ponto em relação à última sondagem, em julho de 2022, nesta que é a primeira estimativa da Universidade Católica com Paulo Raimundo como novo secretário-geral do PCP.
Entre os partidos mais pequenos, o PAN sobe 1 por cento em relação à sondagem de julho, com 2 por cento na estimativa de resultados eleitorais. O Livre de Rui Tavares, por sua vez, mantém os 2 por cento que apresentava no último inquérito. Já o CDS-PP fica de novo com apenas 1 por cento, tal como em julho.
A estimativa de resultados da Universidade Católica tem por base as intenções de voto dos inquiridos, sendo que apenas são considerados os que afirmam ter a certeza que vão votar (76 por cento dos inquiridos garante que iria votar caso houvesse eleições legislativas neste momento).
Ficha Técnica
Este inquérito foi realizado pelo CESOP - Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena1 e Público entre os dias 9 e 17 de fevereiro de 2023. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1002 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 29% da região Norte, 20% do Centro, 37% da A.M. de Lisboa, 7% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região com base no recenseamento eleitoral e nas estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 26%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1002 inquiridos é de 3,1%, com um nível de confiança de 95%