Sondagem da Universidade Católica. AD continua na frente, PS com subida ligeira

por Andreia Martins - RTP
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

A coligação PSD/CDS continua em vantagem nas intenções de voto e mantém a estimativa de 32 por cento dos votos. É o que indica a mais recente sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público, que coloca o PS com uma estimativa de 28 por cento de votos, mais dois pontos percentuais do que no estudo anterior, mantendo-se a possibilidade de um empate técnico entre os dois partidos. A terceira força política continua a ser o Chega, que sobe de 19 para 20 por cento. O número de indecisos permanece nos 15 por cento.

Na mais recente sondagem da Universidade Católica para a RTP, a primeira após o apagão, o fim dos debates televisivos e o início da campanha eleitoral, a coligação AD segura os mesmos 32 por cento na estimativa de resultados eleitorais, um número apurado com base na intenção direta de voto em cada partido.

Já o PS regista uma ligeira subida, de 26 para 28 por cento na estimativa de resultados eleitorais. Mantém-se a possibilidade de empate técnico, mas o inquérito conclui que, dado o “contexto do conjunto das sondagens publicadas até à data, é mais correto afirmar que, neste momento, AD tem mais intenções de voto do que PS”.


Em terceiro lugar mantém-se o Chega, que sobe de 19 para 20 por cento na estimativa de resultados eleitorais, e a Iniciativa Liberal surge em quarto lugar como terceira força política, mantendo os 6 por cento do inquérito anterior.

Seguem-se o Livre (4 por cento), a CDU (3 por cento) e Bloco de Esquerda (2 por cento), cada um com a perda de um ponto percentual em relação à última sondagem. O PAN tem agora uma estimativa de 1,5% (compara com o 1 por cento do último inquérito).

Por fim, o Juntos Pelo Povo também tem lugar de destaque nesta sondagem uma vez que recolheu “intenções de voto que o colocam entre 0,5% e 1%”, ou seja, poderá significar a eleição de um deputado para a Assembleia da República.

Findos os debates e já em plena campanha, o número de indecisos mantém-se nos 15 por cento, tal como na sondagem divulgada a 28 de abril.
Votação por sexo, idade e escolaridade
Na estimativa de resultados eleitorais por sexo, idade e escolaridade, mantêm-se algumas das tendências registadas no inquérito anterior. As mulheres continuam a dar preferência de voto à AD (25 por cento), seguindo-se o PS (19 por cento). Há ainda mais 19 por cento de votantes indecisas.

A AD também é o partido mais votado no sexo masculino (25 por cento), seguido do PS e do Chega (ambos com 20 por cento).

Em relação às diferentes faixas etárias, os inquiridos entre os 18 e os 34 anos dão preferência à AD e ao Chega (ambos com 21 por cento). Há ainda 15 por cento de indecisos e 12 por cento que vota PS.

Entre os 35 e os 64 anos, a AD surge na frente com 26 por cento, seguida do PS com 17 por cento. Há ainda 17 por cento de indecisos e 16 por cento de estimativa de votos para o Chega.

Nos inquiridos acima dos 65 anos, o PS continua a ser o partido dominante (33 por cento), com a AD a reunir 29 por cento. Há 16 por cento que dá o seu voto ao Chega e 11 por cento de indecisos.


Quanto ao nível de escolaridade, a AD domina entre os inquiridos até ao terceiro ciclo (27 por cento), seguido do PS (24 por cento) e do Chega (16 por cento). Destes, 15 por cento dos inquiridos não sabem ainda em quem irão votar.

Já entre os inquiridos com o ensino secundário, o Chega é o partido com maior percentagem (24 por cento). A AD surge com 22 por cento e há ainda 17 por cento de indecisos. O PS conta com 16 por cento na estimativa de votos.

Finalmente, entre os inquiridos com o ensino superior, 28 por cento dá preferência à AD e 21 por cento ao PS. Treze por cento destes inquiridos está ainda em dúvida e 11 por cento dá o seu voto ao Chega.
Alteração do sentido de voto
Outros dados relevantes desta sondagem mostram que se mantém praticamente inalterado o número de inquiridos que, tendo indicado a intenção de voto num partido, garante que já não irá alterar esse sentido de voto (eram 56 por cento no final de abril e são agora 57 por cento).


A sondagem da Universidade Católica cruza ainda este dado dos inquiridos já decididos com a intenção de voto em cada partido. Conclui que os eleitores que responderam que o seu sentido de voto “já não muda” estão sobretudo entre os eleitores do Chega (77 por cento), PS (69 por cento), AD (64 por cento), CDU (61 por cento) e BE (59 por cento).

A percentagem “difere de partido para partido”, sendo que os inquiridos que responderam que vão votar no Livre, apenas 8 por cento garantem que “já não mudam”.

Por outro lado, entre os inquiridos que assumem alterar o sentido de voto até ao dia das eleições, há partidos como “o PAN, o Livre ou a Iniciativa Liberal” que “estão muito mais expostos a alterações do que outras forças partidárias, destaca a sondagem.
Cenários pós-eleitorais
Nesta sondagem da Universidade Católica, a maioria dos inquiridos (25 por cento) considera que uma solução de Governo com um executivo apoiado por PSD, CDS, PPM e outros partidos à direita como o melhor resultado para o país nas próximas eleições.

No entanto, há 19 por cento de inquiridos a considerar que a melhor solução seria a de um Governo de maioria absoluta liderada pelo PSD e outros 19 por cento veem como a melhor solução um Governo um executivo apoiado pelo PS e partidos à esquerda. 


Há ainda 15 por cento que “Não sabe/Não responde” e 14 por cento de inquiridos que defende um bloco central com PS e PSD. Apenas 8 por cento vê como melhor solução governativa uma maioria absoluta do PS.

Em fevereiro de 2024, no mês que antecedeu as eleições de 10 de março, 31 por cento via como melhor solução um Governo apoiado por PSD, CDS, PPM e outros partidos à direita, enquanto 23 por cento dava preferência a um Governo apoiado por PS e partidos à esquerda. Outros 15 por cento viam como melhor solução governativa um executivo de bloco central.

Na sondagem atual, mais de metade dos inquiridos (55 por cento) considera que deve ser o partido mais votado a governar, enquanto 36 por cento defende que o executivo deve estar do lado de quem tiver apoio maioritário no Parlamento.

Os primeiros são sobretudo entrevistados com intenção de voto na AD (70 por cento destes defendem que deve ser o partido mais votado a governar).
Já os inquiridos que votam no PS dividem-se nesta resposta (47 por cento defendem que deve ser o partido mais votado e outros 47 por cento entendem que o executivo deve ser entregue a quem tiver apoio maioritário no Parlamento).
Montenegro e AD com vantagem
Nesta sondagem, como na anterior divulgada a 28 de abril, Luís Montenegro é apontado como o líder político que seria “melhor primeiro-ministro” por 47 por cento dos inquiridos, enquanto apenas 28 por cento responde que Pedro Nuno Santos seria o melhor chefe de Governo. Há ainda 25 por cento que não sabe ou não responde a esta questão.

Os dados são semelhantes aos que foram recolhidos fevereiro de 2024, um mês antes das últimas eleições. Na altura, 46 por cento dos inquiridos considerava que o melhor primeiro-ministro seria Luís Montenegro, enquanto 34 por cento dava preferência a Pedro Nuno Santos. Vinte por cento dos inquiridos não respondiam a esta questão.

Quanto à previsão de vitória neste escrutínio, grande parte dos inquiridos (63 por cento) considera que a AD será a força política mais votada destas eleições
, enquanto 18 por cento aponta ao PS e 6 por cento considera que é o Chega.

Na última sondagem, em abril, a distância entre os dois partidos era inferior. Dos inquiridos, 58 por cento respondia que seria a AD a reunir maior número de votos, 21 por cento respondia que seria o PS o partido mais votado e nove por cento o Chega.

Em fevereiro de 2024, um mês antes das últimas eleições, 41 por cento dos inquiridos previa que a AD seria a força com mais votos e 38 por cento previa que seria o PS.


Ficha Técnica:

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 28 de abril e 6 de maio de 2025. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1464 inquéritos válidos, sendo 44% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 32% da região Norte, 22% do Centro, 33% da A.M. de Lisboa, 5% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e comportamento de voto com base nos dados do recenseamento eleitoral e das últimas eleições legislativas. A taxa de resposta foi de 29%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1464 inquiridos é de 2,5%, com um nível de confiança de 95%.

*Foram contactadas 5010 pessoas. De entre estas, 1464 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.
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