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Sondagem: Isaltino no limiar da maioria absoluta em Oeiras

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
José Sena Goulão - Lusa

A candidatura “Isaltino – Inovar Oeiras de Volta” fica no limiar da maioria absoluta com uma votação de 37 por cento nas autárquicas do próximo domingo, dia 1 de Outubro, de acordo com a sondagem da Universidade Católica para a Antena 1/ RTP. São cinco mandatos do total de 11 para o movimento de Isaltino Morais. O PS e Paulo Vistas (Oeiras Mais à Frente) estão empatados com 15 por cento das intenções de voto e dois mandatos cada. O estudo revela ainda que a condenação de um candidato, como é o caso do antigo autarca, não é penalizador na hora da eleição.

Numa sondagem que não pode fornecer garantias quanto aos números da abstenção – 74% responde que “de certeza que vai votar” – os valores atribuídos a cada candidatura ganham entretanto alguma solidez face ao número de inquiridos que afirma positivamente a sua intenção de votar. Apenas 7% garante que não vai votar.

Os indecisos cifram-se em 16% e poderá ser este o valor mais interessante no sentido de a votação vir a fornecer ou não o mandato que Isaltino Morais necessita para conseguir uma maioria em Oeiras.

Há ainda as respostas a uma questão colocada por este inquérito que ajudam a perceber os resultados em Oeiras. Essa questão é “Em que medida o facto de haver candidatos condenados em tribunal influencia a sua decisão de voto?”.



Para o eleitorado potencial de Isaltino Morais – precisamente o candidato condenado em tribunal e que cumpriu pena na prisão – este é um aspecto que não é tido em conta na hora da escolha (“não influencia” 67% e “tem pouca influencia” em 17%). Mesmo para a globalidade destes inquiridos, potenciais eleitores, as opiniões diluem-se: “Influencia muito” (31%) e “Influencia” (24%) por um lado, “Tem pouca influência” (10%) e “Não Influencia” (32%) por outro.
Isaltino no limiar da maioria absoluta
Assim, de acordo com a Sondagem Pré Eleitoral Oeiras 2017 Antena1/ RTP, realizada pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa, a candidatura de Isaltino (Isaltino – Inovar Oeiras de Volta) recolhe uma intenção de voto de 37% e cinco mandatos. Logo a seguir, vêm PS e “Paulo Vistas, Oeiras Mais à Frente”, ambas com 15% e dois mandatos.



Com um mandato cada surgem depois a CDU (PCP-PEV), que tem 10% de intenção de voto, e a coligação OEIRAS FELIZ.COM (PSD.CDS.PPM), com 7%. Sem qualquer mandato segue-se o PAN (3%) e o BE (2%). Com 8% de brancos/nulos, resta essa cifra de 16% de indecisos que pode vir a ser determinante para a definição de uma maioria em Oeiras.



O centro de sondagens sublinha, entretanto, o facto de o estudo ter sido realizado no fim de semana anterior ao escrutínio e que, “em sondagens autárquicas, mais do que em legislativas, o tempo de campanha eleitoral é muito relevantes para a formação definitiva da intenção de voto. Por esse motivo, até ao dia das eleições, estas intenções de voto poderão ainda mudar significativamente”.

A estimativa de resultados eleitorais nesta sondagem foi obtida calculando a percentagem de intenções diretas de voto em cada lista em relação ao total de votos válidos, excluindo abstenção, não respostas e indecisos. São apenas consideradas intenções e inclinações de voto de inquiridos que disseram que vão votar "de certeza". 

Em termos de intenção direta de voto, Isaltino Morais tem 27%, o PS 10%; Paulo Vistas regista também 10%. CDU atinge 6%, Oeiras Feliz tem 5%, o PAN 2% e o BE recolhe 1% das intenções diretas de voto.

Isaltino domina todos os campos
Analisando a intenção de voto “por sexo e idade”, Isaltino Morais domina em todos os estratos e a uma grande distância dos outros candidatos. Podemos, no entanto, sublinhar que é nos eleitores com “65 anos ou mais” que existe uma maior implantação da base de votantes do regressado ex-autarca.

No que respeita ao “sexo”, Isaltino recolhe a intenção de 25% dos Homens e 28% das Mulheres; as candidaturas que mais se aproximam são PS (respectivamente 11% e 9%) e Paulo Vistas (11% e 8%).

Em termos etários, Isaltino recolhe a intenção de voto de 33% no escalão de “65 ou mais anos”, 23% nos “34-64” e 26% nos “18-34”. De referir que no escalão mais jovem, Paulo Vistas surge em segundo (com 15%) e no escalão mais velho esse segundo lugar pertence ao PS (com 14%).
Partidos já não são o que eram

Os fracos números conseguidos pelos partidos que se apresentam a escrutínio em Oeiras encontram a razão de ser na resposta dos inquiridos à questão “Na sua decisão de voto, é mais relevante o candidato ou o partido/movimento que o apoia?”.

São 65% os que respondem que o mais importante é o candidato, a uma distância enorme da resposta Partido/Movimento (11%) e Ambos (16%).



A supremacia de Isaltino Morais manifesta-se até nos potenciais eleitores de Paulo Vistas. Na questão “quem ganha as eleições independentemente da sua preferência?”, o antigo autarca colhe 89% de respostas no “seu” eleitorado (contra 2% de Vistas) e 43% junto do eleitorado de Vistas, superior aos 395 do próprio.

Do total, 60% dos inquiridos acreditam que Isaltino será o vencedor das autárquicas do próximo domingo em Oeiras, apenas 10% dão o seu voto de confiança a Paulo Vistas.



Ficha técnica
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1 e RTP nos dias 23 e 24 de setembro de 2017. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes no concelho de Oeiras. Foram realizados inquéritos em todas as freguesias do concelho. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente no concelho. Foram obtidos 1195 inquéritos válidos, sendo 58% dos inquiridos do sexo feminino. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no concelho por sexo, escalões etários, e freguesia na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 79%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1195 inquiridos é de 2,8%, com um nível de confiança de 95%.

*A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; e recusas.

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