Spinumviva. Mais sete empresas saltam da carteira de clientes da família Montenegro

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Foto: Paulo Cunha - Lusa

Às pinguinhas, um dia antes do debate com o principal líder da oposição, Pedro Nuno Santos, o primeiro-ministro revelou novos clientes aos quais esteve ao serviço na empresa Spinumviva enquanto sua e do seu núcleo familiar. De acordo com uma notícia avançada pelo semanário Expresso, Luís Montenegro entregou uma declaração de substituição no Portal da Transparência terça-feira e passou a referir outras empresas para as quais trabalhou incluindo, além do que já se conhecia, "mais sete novas empresas".

“Na nova declaração, Luís Montenegro identificou não só os cargos que já eram conhecidos, nomeadamente como tendo sido presidente da Assembleia Geral da Rádio Popular - SA, presidente da Assembleia Geral do Grupo Ferpinta, SA e sócio-advogado da SPM, Sousa Pinheiro & Montenegro”, como outras empresas além das já conhecidas como parte da carteira de clientes da Spinumviva, a empresa criada por Luís Montenegro e entretanto passada aos filhos no meio da polémico da sua atividade num regime de não-exclusiva no cargo de primeiro-ministro.

Na declaração que deu entrada no Portal da Transparência esta terça-feira, o primeiro-ministro aponta como parte do grupo de clientes permanentes da Spinumviva sete novas empresas: “duas novas empresas do Grupo Joaquim Barros Rodrigues e Filhos, a gasolineira de Braga que foi o principal cliente, em termos de faturação [da Spinumviva], (…) a Rodáreas (Felgueiras-Lousada) e a Rodáreas (Viseu)” e, além destas empresas que gerem áreas de serviço, “a ITAU, a Sogenave, a Portugalenses Transportes, a Beetsteel, a INETUM Portugal e Grupel SA”.

Estas empresas juntam-se a outras já conhecidas, como “a empresa Lopes Barata, o Colégio Luso-Internacional do Porto (CLIP), a Solverde e a Cofina (para quem fez um trabalho de proteção de dados e que revelou no Parlamento)”, lembra o Expresso.

Um aspeto sublinhado pelos jornalistas do semanário aponta ao facto de a nova lista com os novos clientes se tornar do conhecimento público escassas horas antes do debate aprazado entre o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o líder da oposição, Pedro Nuno Santos, no âmbito das legislativas antecipadas de 18 de maio, um frente a frente que esteve inicialmente agendado para esta última segunda-feira mas que seria adiado devido ao apagão que afetou todo o país há dois dias.

A questão relacionada com a carteira de clientes de Luís Montenegro é o principal ponto de questionamento da oposição e dos jornalistas neste dossier que precipitou uma crise política e a queda do Governo, tendo nestes últimos meses o primeiro-ministro vindo a escudar-se na defesa dos interesses dos seus antigos clientes para a não revelação dos seus nomes.
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