Política
Presidenciais 2026
Ventura apontado como "falso candidato" a Belém e Marques Mendes a "marioneta" de Montenegro
No dia em que se comemoraram os 50 anos do 25 de Novembro, a troca de cravos vermelhos pelas rosas brancas no Parlamento foi um dos temas acesos do debate. Luís Marques Mendes vê André Ventura como "falso candidato nas eleições presidenciais". Já o líder do Chega acusa o opositor de ser a "marioneta" do primeiro-ministro.
A troca de cravos vermelhos pelas rosas brancas no Parlamento, durante as cerimónias, foi uma dos temas acesos do debate entre Luís Marques Mendes e André Ventura. Para o candidato pelo PSD tanto o 25 de Novembro como o 25 de abril “são importantes”.
“Claro que o 15 de Abril é ainda mais importante, é a data da fundação da Democracia, mas o 25 de Novembro foi também muito relevante – evitou que Portugal caísse numa ditadura de esquerda ou de centro esquerda”, começou Marques Mendes, na primeira intervenção no debate desta noite, transmitido pela SIC.
Nesse sentido, considerou que o debate desta noite, na SIC, com André Ventura “mostra duas diferenças”.
“Eu comemoro o 25 de Novembro com todo o gosto, porque nos devolveu – a Portugal – a pureza dos ideais de Abril”, começou por exemplificar. “E acho que André Ventura comemora o 25 de Novembro porque não gosta do 25 de Abril”, acrescentou, referindo a questão de “substituir os cravos pelas rosas”.
Na ótima do candidato apoiado pelo PSD, isto é um sinal de que o opositor “convive mal com a opinião dos outros”, que “convive mal com a tolerância democrática e, sobretudo, que quer combater o 25 de Abril”.
Marques Mendes apontou ainda outra diferença: “hoje aconteceu uma coisa singular, mas significativa”.
“André Ventura é deputado e líder da oposição. O normal é que estivesse na bancada do Chega como deputado. Não estava; estava no lugar dos convidados; no lugar que é destinado ao líder da oposição”, recordou o social-democrata, sublinhando que o adversário “tem todo o direito a isso”, embora isso possa confirmar que “André Ventura é um falso candidato nas Eleições Presidenciais”.Marques Mendes acusa Ventura de querer “ser líder da oposição”, de “reafirmar isso com gestos concretos” e “substituir o primeiro-ministro, Luís Montenegro”. Isto é, “está a pensar na Eleições Legislativas”.
Depois de reforçar a opinião de que o adversário é “um falso candidato aqui, porque tentou arranjar outro candidato e não arranjou uma alternativa em condições, mas está desta forma a enganar os eleitores”.
“Eu, ao contrário, levo esta eleição muito a sério”, declarou, garantindo que estava a participar neste debate “não para fazer ataques pessoais, nem para lançar o caos, mas para ajudar os portugueses a ficarem mais esclarecidos sobre a intervenção do presidente da República”.
"Não toquem nas flores"
Em resposta, André Ventura considerou que “esta questão de ‘não toquem nas flores’” – depois de ter retirado os cravos das cerimónias do 25 de Novembro – mostra que Marques Mendes “não acrescenta nada (…) muito menos à direita”.
“Eu tirei os cravos porque não deviam estar lá hoje”, argumentou o candidato do Chega. “Deviam estar rosas brancas. Eu estou farto que a ‘esquerdalhada’ faça o que quer no Parlamento. Estou farto. Sei que não está, porque viveu bem com ela a vida toda. Mas eu estou”.
Na opinião de Ventura, “se hoje era dia de rosas brancas” tem de haver alguém que diga que não quer “cravos”. O candidato e líder da oposição considerou ainda que, como o opositor “lida bem com todos, não quer saber disso”.
“Por isso custa-lhe alguém como eu, com energia, que não tem medo de cortar a direito”, continuou. “Tirei e voltaria a tirar, por isso”.
Ventura disse ainda que o Parlamento tinha decidido que “hoje não era dia de cravos” e que o país “precisa de regras e de ordem”. E assumiu-se como “o candidato da ‘ordem’” por ter tirado os cravos onde estavam rosas brancas.
“Sou o candidato que quer cumprir que as regras são cumpridas, ao contrário do doutor Luís Marques Mendes. Tanto lhe faz se é PS, se é PSD, como estar a cumprir a lei ou não cumprir a lei – é a mesma coisa”, acusou novamente.O 25 de Abril foi “o que nos salvou a Liberdade”, disse Ventura, que vê o 25 de Novembro como “a garantia de que a liberdade se efetivou e de que os devaneios da extrema-esquerda não se concretizaram”. E acrescentou que “é preciso ter coragem para dizer isto”.
Quanto às acusações de Marques Mendes, sobre a sua candidatura a Belém e o lugar de líder da oposição que ainda ocupa, o presidente do Chega admitiu ser “deputado com muito gosto e muito orgulho” e criticou o adversário por fingir ser “independente e que está acima os partidos” porque “toda a sua vida foi política”.
“Todos o convidaram para cargos”, acusou. E acrescentou acusações: “O doutor Marques Mendes era aqui comentador (…). Hoje joga em casa”.
“Acho que as pessoas preferem um candidato firme, ainda que da oposição, do que um comentador do sistema, alinhado com o primeiro-ministro – portanto, com muito menos independência do que aquela que eu tenho”, continuou, apontando mais uma diferença: “somos dois conselheiros de Estado. (…) Eu fui eleito. O Marques Mendes, como sempre na sua vida, foi nomeado pelos amigos para o cargo que tem”.
Ventura "não tem sentido de Estado"
Após as alegadas posições das quais Ventura acusou Marques Mendes no que toca ao colonialismo, nomeadamente de ter interesses em Angola, o candidato do PSD considerou que as acusações são contraditórias e mostram que o que o adversário do Chega “está a fazer é teatro”.
Em matéria de representação do Estado, Marques Mendes considerou que Ventura “atua com total falta de sentido de Estado” e que já tinha acontecido com o Brasil, “quando o presidente Lula da Silva fez uma visita a Portugal”. Pode ao não gostar-se do chefe de Estado em questão, “mas no plano do Estado, não contam as preferências pessoais, conta a relação Estado a Estado”.
Outro exemplo que mencionou foi quando o líder do Chega esteve em Espanha e apelou à prisão de Pedro Sánchez: “André Ventura é um político, não é um polícia, nem é um magistrado. Os políticos a mandar prender alguém era no tempo da PIDE, não é agora”.
Além disso, “meter-se na política interna de outro país” mostra, na visão de Marques Mendes, falta de sentido de Estado.
Respondendo a estas afirmações, Ventura disse que o seu sentido de Estado “é amar este país” e “não estar calado” quando outros países criticam Portugal.
“Estou farto de andar a defender corruptos, ladrões, em todo o lado”, afirmou Ventura. “Estou farto de corruptos à minha volta, à volta da cena internacional, à volta do mundo”.
E voltou a acusar Marques Mendes de se dar “bem com todos”, incluindo “ditadores de esquerda, de direita, de centro”. Ventura prometeu, então, “levar o nome de Portugal a outro nível”. Já Marques Mendes respondeu acusando o adversário de “branquear o regime” de Salazar, ao dizer que todos são corruptos e que eram necessários “três Salazares”.
“No regime anterior havia tanto ou mais corrupção do que agora”, frisou o candidato apoiado pelo PSD, acrescentando que estas declarações tornam a retórica de Ventura “mais demagógica”.
Admitindo que a “Justiça está doente”, Marques Mendes prometeu, se for eleito, fazer um Conselho de Estado “sobre a reforma da Justiça e combate à corrupção”, por considerar que esta é “uma prioridade indispensável”.
“Claro que o 15 de Abril é ainda mais importante, é a data da fundação da Democracia, mas o 25 de Novembro foi também muito relevante – evitou que Portugal caísse numa ditadura de esquerda ou de centro esquerda”, começou Marques Mendes, na primeira intervenção no debate desta noite, transmitido pela SIC.
Nesse sentido, considerou que o debate desta noite, na SIC, com André Ventura “mostra duas diferenças”.
“Eu comemoro o 25 de Novembro com todo o gosto, porque nos devolveu – a Portugal – a pureza dos ideais de Abril”, começou por exemplificar. “E acho que André Ventura comemora o 25 de Novembro porque não gosta do 25 de Abril”, acrescentou, referindo a questão de “substituir os cravos pelas rosas”.
Na ótima do candidato apoiado pelo PSD, isto é um sinal de que o opositor “convive mal com a opinião dos outros”, que “convive mal com a tolerância democrática e, sobretudo, que quer combater o 25 de Abril”.
Marques Mendes apontou ainda outra diferença: “hoje aconteceu uma coisa singular, mas significativa”.
“André Ventura é deputado e líder da oposição. O normal é que estivesse na bancada do Chega como deputado. Não estava; estava no lugar dos convidados; no lugar que é destinado ao líder da oposição”, recordou o social-democrata, sublinhando que o adversário “tem todo o direito a isso”, embora isso possa confirmar que “André Ventura é um falso candidato nas Eleições Presidenciais”.Marques Mendes acusa Ventura de querer “ser líder da oposição”, de “reafirmar isso com gestos concretos” e “substituir o primeiro-ministro, Luís Montenegro”. Isto é, “está a pensar na Eleições Legislativas”.
Depois de reforçar a opinião de que o adversário é “um falso candidato aqui, porque tentou arranjar outro candidato e não arranjou uma alternativa em condições, mas está desta forma a enganar os eleitores”.
“Eu, ao contrário, levo esta eleição muito a sério”, declarou, garantindo que estava a participar neste debate “não para fazer ataques pessoais, nem para lançar o caos, mas para ajudar os portugueses a ficarem mais esclarecidos sobre a intervenção do presidente da República”.
"Não toquem nas flores"
Em resposta, André Ventura considerou que “esta questão de ‘não toquem nas flores’” – depois de ter retirado os cravos das cerimónias do 25 de Novembro – mostra que Marques Mendes “não acrescenta nada (…) muito menos à direita”.
“Eu tirei os cravos porque não deviam estar lá hoje”, argumentou o candidato do Chega. “Deviam estar rosas brancas. Eu estou farto que a ‘esquerdalhada’ faça o que quer no Parlamento. Estou farto. Sei que não está, porque viveu bem com ela a vida toda. Mas eu estou”.
Na opinião de Ventura, “se hoje era dia de rosas brancas” tem de haver alguém que diga que não quer “cravos”. O candidato e líder da oposição considerou ainda que, como o opositor “lida bem com todos, não quer saber disso”.
“Por isso custa-lhe alguém como eu, com energia, que não tem medo de cortar a direito”, continuou. “Tirei e voltaria a tirar, por isso”.
Ventura disse ainda que o Parlamento tinha decidido que “hoje não era dia de cravos” e que o país “precisa de regras e de ordem”. E assumiu-se como “o candidato da ‘ordem’” por ter tirado os cravos onde estavam rosas brancas.
“Sou o candidato que quer cumprir que as regras são cumpridas, ao contrário do doutor Luís Marques Mendes. Tanto lhe faz se é PS, se é PSD, como estar a cumprir a lei ou não cumprir a lei – é a mesma coisa”, acusou novamente.O 25 de Abril foi “o que nos salvou a Liberdade”, disse Ventura, que vê o 25 de Novembro como “a garantia de que a liberdade se efetivou e de que os devaneios da extrema-esquerda não se concretizaram”. E acrescentou que “é preciso ter coragem para dizer isto”.
Quanto às acusações de Marques Mendes, sobre a sua candidatura a Belém e o lugar de líder da oposição que ainda ocupa, o presidente do Chega admitiu ser “deputado com muito gosto e muito orgulho” e criticou o adversário por fingir ser “independente e que está acima os partidos” porque “toda a sua vida foi política”.
“Todos o convidaram para cargos”, acusou. E acrescentou acusações: “O doutor Marques Mendes era aqui comentador (…). Hoje joga em casa”.
“Acho que as pessoas preferem um candidato firme, ainda que da oposição, do que um comentador do sistema, alinhado com o primeiro-ministro – portanto, com muito menos independência do que aquela que eu tenho”, continuou, apontando mais uma diferença: “somos dois conselheiros de Estado. (…) Eu fui eleito. O Marques Mendes, como sempre na sua vida, foi nomeado pelos amigos para o cargo que tem”.
Ventura "não tem sentido de Estado"
Após as alegadas posições das quais Ventura acusou Marques Mendes no que toca ao colonialismo, nomeadamente de ter interesses em Angola, o candidato do PSD considerou que as acusações são contraditórias e mostram que o que o adversário do Chega “está a fazer é teatro”.
Em matéria de representação do Estado, Marques Mendes considerou que Ventura “atua com total falta de sentido de Estado” e que já tinha acontecido com o Brasil, “quando o presidente Lula da Silva fez uma visita a Portugal”. Pode ao não gostar-se do chefe de Estado em questão, “mas no plano do Estado, não contam as preferências pessoais, conta a relação Estado a Estado”.
Outro exemplo que mencionou foi quando o líder do Chega esteve em Espanha e apelou à prisão de Pedro Sánchez: “André Ventura é um político, não é um polícia, nem é um magistrado. Os políticos a mandar prender alguém era no tempo da PIDE, não é agora”.
Além disso, “meter-se na política interna de outro país” mostra, na visão de Marques Mendes, falta de sentido de Estado.
Respondendo a estas afirmações, Ventura disse que o seu sentido de Estado “é amar este país” e “não estar calado” quando outros países criticam Portugal.
“Estou farto de andar a defender corruptos, ladrões, em todo o lado”, afirmou Ventura. “Estou farto de corruptos à minha volta, à volta da cena internacional, à volta do mundo”.
E voltou a acusar Marques Mendes de se dar “bem com todos”, incluindo “ditadores de esquerda, de direita, de centro”. Ventura prometeu, então, “levar o nome de Portugal a outro nível”. Já Marques Mendes respondeu acusando o adversário de “branquear o regime” de Salazar, ao dizer que todos são corruptos e que eram necessários “três Salazares”.
“No regime anterior havia tanto ou mais corrupção do que agora”, frisou o candidato apoiado pelo PSD, acrescentando que estas declarações tornam a retórica de Ventura “mais demagógica”.
Admitindo que a “Justiça está doente”, Marques Mendes prometeu, se for eleito, fazer um Conselho de Estado “sobre a reforma da Justiça e combate à corrupção”, por considerar que esta é “uma prioridade indispensável”.
Em resposta, André Ventura desvalorizou a convocação de um Conselho de Estado sobre o tema. “Se o Luís Marques Mendes acha que é um Conselho de Estado que vai resolver o problema da corrupção em Portugal, só mostra que vai fazer o mesmo que todos os outros”, ou seja, “absolutamente nada”.
O candidato e atual presidente do Chega afirmou ainda que tem como vantagem a apresentação de “centenas de propostas” na Assembleia da República algumas das quais rejeitadas pelo PSD. Defendeu o “confisco dos bens de quem andou a roubar” ao invés de enveredar por “conversa da treta”.
Ventura repetiu algumas das palavras que proferiu na cerimónia do 25 de Novembro, assinalando a “epidemia de corrupção” no país, inclusive nas estruturas de Saúde. Apontou o dedo a Luís Marques Mendes por se apresentar como “arauto” quando se manteve “em silêncio” noutros casos.
Neste ponto, André Ventura interpelou o adversário sobre o presidente de Angola e sobre acusações por parte de ex-colónias portuguesas sobre o colonialismo. “A culpa não é nossa, corrupção dentro dos próprios países”, vincou.
Em resposta, Luís Marques Mendes acusou Ventura de contradição ao procurar desvalorizar um Conselho de Estado sobre corrupção.
“Acha que não é importante um Conselho de Estado para aproximar posições para um acordo em matéria de reforma da justiça e combate à corrupção? (…) [Ventura] é a mesma pessoa que no ano passado propôs ao presidente da República um Conselho de Estado sobre segurança”, apontou.
O ex-ministro do PSD lembrou que um presidente da República “não governa mas deve usar a sua magistratura de influência para fazer entendimentos de regime”.
“André Ventura é um falso candidato nas eleições presidenciais”, vincou, acusando o adversário de tratar o atual escrutínio como eleições legislativas.
Prometeu ouvir o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Procurador-Geral da República e o diretor da Polícia Judiciária com quatro prioridades em mente: combater a morosidade da justiça, combater as manobras dilatórias, combater a realidade de uma justiça para ricos e para pobres, assim como combater o “excesso de corporativismo” no Ministério Público.
Neste último ponto, deu o exemplo do “Manifesto dos 50”. “Não vou pronunciar-me sobre documento, mas as pessoas têm todo o direito a essa iniciativa”, lembrando que os procuradores do Ministério Público vieram logo contestar documento.“Está ao lado da casta, da elite que não quer se investigada”
André Ventura respondeu à acusação de “falso candidato” com sondagens: “Se eu sou um falso candidato e em algumas sondagens estou à sua frente... Se eu estou na eleição errada e estou à sua frente, é sinal que está mesmo mal na sua candidatura”, assinalou.
Quanto à justiça, acusou Marques Mendes de querer atacar a justiça. “Está ao lado da casta, da elite que não quer se investigada. Eu estou do outro lado, quero mais investigação doa a quem doer”, acrescentou.
“Não quer combater a corrupção mais do que eu”, respondeu Luís Marques Mendes, lembrando que defendeu à época a recondução de Joana Marques Vidal como procuradora-geral da República pela sua “coragem”, nomeadamente no caso que envolveu José Sócrates.
“O que nos divide não é a ideia do combate à corrupção, é esta ideia de que é tudo corrupto”, argumentou. Lembrou que tomou a decisão de substituir presidentes da Câmara “a bem do país”, o que lhe criou “enormes problemas dentro do partido”.
Questionado sobre o que faria a um primeiro-ministro sob investigação caso fosse presidente da República, Marques Mendes recusa quaisquer cenários e sublinhou que já tomou posições “com coragem e independência” contra o “aparelho” do partido.
Em resposta, André Ventura afirmou que “tomou logo” a decisão relativamente a Miguel Arruda no caso de roubo de malas no aeroporto. “Não fiquei meses nem anos à espera” para tomar a decisão “de afastar as pessoas que tinham de ser afastadas”, vincou.
“O seu partido está cheio de corrupção do início até ao fim”, acusou Ventura, recordando nomeadamente o caso de Miguel Albuquerque. “Vem-me falar de roubar malas… Andam a roubar malas cheias de dinheiro há 50 anos. (…) Há 300 autarcas a braços com a justiça e destes mais de 50 por cento são do PSD. Não me venha dar lições de moral. Eu sempre que tive casos no partido, afastei-os”, apontou.
André Ventura acusou ainda Marques Mendes de falta de independência perante o atual Governo. Em 2017, nos incêndios de Pedrógão Grande, afirmou que era necessário apurar “imediatamente” responsabilidades perante um Governo PS. No entanto, no último verão, na sequência dos incêndios, afirmou que esse não era o momento de “levantar suspeitas nem apurar responsabilidades”.
“Isto é estar na mão de um partido e de um primeiro-ministro. O presidente da República não deve ser a muleta do Governo, deve ser o escrutínio do Governo”, defendeu Ventura.
O candidato e atual presidente do Chega afirmou ainda que tem como vantagem a apresentação de “centenas de propostas” na Assembleia da República algumas das quais rejeitadas pelo PSD. Defendeu o “confisco dos bens de quem andou a roubar” ao invés de enveredar por “conversa da treta”.
Ventura repetiu algumas das palavras que proferiu na cerimónia do 25 de Novembro, assinalando a “epidemia de corrupção” no país, inclusive nas estruturas de Saúde. Apontou o dedo a Luís Marques Mendes por se apresentar como “arauto” quando se manteve “em silêncio” noutros casos.
Neste ponto, André Ventura interpelou o adversário sobre o presidente de Angola e sobre acusações por parte de ex-colónias portuguesas sobre o colonialismo. “A culpa não é nossa, corrupção dentro dos próprios países”, vincou.
Em resposta, Luís Marques Mendes acusou Ventura de contradição ao procurar desvalorizar um Conselho de Estado sobre corrupção.
“Acha que não é importante um Conselho de Estado para aproximar posições para um acordo em matéria de reforma da justiça e combate à corrupção? (…) [Ventura] é a mesma pessoa que no ano passado propôs ao presidente da República um Conselho de Estado sobre segurança”, apontou.
O ex-ministro do PSD lembrou que um presidente da República “não governa mas deve usar a sua magistratura de influência para fazer entendimentos de regime”.
“André Ventura é um falso candidato nas eleições presidenciais”, vincou, acusando o adversário de tratar o atual escrutínio como eleições legislativas.
Prometeu ouvir o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Procurador-Geral da República e o diretor da Polícia Judiciária com quatro prioridades em mente: combater a morosidade da justiça, combater as manobras dilatórias, combater a realidade de uma justiça para ricos e para pobres, assim como combater o “excesso de corporativismo” no Ministério Público.
Neste último ponto, deu o exemplo do “Manifesto dos 50”. “Não vou pronunciar-me sobre documento, mas as pessoas têm todo o direito a essa iniciativa”, lembrando que os procuradores do Ministério Público vieram logo contestar documento.“Está ao lado da casta, da elite que não quer se investigada”
André Ventura respondeu à acusação de “falso candidato” com sondagens: “Se eu sou um falso candidato e em algumas sondagens estou à sua frente... Se eu estou na eleição errada e estou à sua frente, é sinal que está mesmo mal na sua candidatura”, assinalou.
Quanto à justiça, acusou Marques Mendes de querer atacar a justiça. “Está ao lado da casta, da elite que não quer se investigada. Eu estou do outro lado, quero mais investigação doa a quem doer”, acrescentou.
“Não quer combater a corrupção mais do que eu”, respondeu Luís Marques Mendes, lembrando que defendeu à época a recondução de Joana Marques Vidal como procuradora-geral da República pela sua “coragem”, nomeadamente no caso que envolveu José Sócrates.
“O que nos divide não é a ideia do combate à corrupção, é esta ideia de que é tudo corrupto”, argumentou. Lembrou que tomou a decisão de substituir presidentes da Câmara “a bem do país”, o que lhe criou “enormes problemas dentro do partido”.
Questionado sobre o que faria a um primeiro-ministro sob investigação caso fosse presidente da República, Marques Mendes recusa quaisquer cenários e sublinhou que já tomou posições “com coragem e independência” contra o “aparelho” do partido.
Em resposta, André Ventura afirmou que “tomou logo” a decisão relativamente a Miguel Arruda no caso de roubo de malas no aeroporto. “Não fiquei meses nem anos à espera” para tomar a decisão “de afastar as pessoas que tinham de ser afastadas”, vincou.
“O seu partido está cheio de corrupção do início até ao fim”, acusou Ventura, recordando nomeadamente o caso de Miguel Albuquerque. “Vem-me falar de roubar malas… Andam a roubar malas cheias de dinheiro há 50 anos. (…) Há 300 autarcas a braços com a justiça e destes mais de 50 por cento são do PSD. Não me venha dar lições de moral. Eu sempre que tive casos no partido, afastei-os”, apontou.
André Ventura acusou ainda Marques Mendes de falta de independência perante o atual Governo. Em 2017, nos incêndios de Pedrógão Grande, afirmou que era necessário apurar “imediatamente” responsabilidades perante um Governo PS. No entanto, no último verão, na sequência dos incêndios, afirmou que esse não era o momento de “levantar suspeitas nem apurar responsabilidades”.
“Isto é estar na mão de um partido e de um primeiro-ministro. O presidente da República não deve ser a muleta do Governo, deve ser o escrutínio do Governo”, defendeu Ventura.
A "marioneta" e o "agitador-mor"
Questionado pela jornalista sobre o que faria como chefe de Estado caso o primeiro-ministro fosse constituído arguido, Ventura vincou que qualquer suspeito “tem de dar explicações na justiça e não se pode esconder”.
O líder do Chega acusou ainda o adversário de ter feito “um acordo com Luís Montenegro para ser candidato presidencial”, confundido a certo ponto o nome do atual primeiro-ministro com o de Luís Marques Mendes. “É a marioneta de Luís Montenegro”, acrescentou.
O antigo ministro social-democrata criticou, em resposta, a “cassete habitual” do Chega e assinalou que Miguel Albuquerque “não está acusado de nada”.
“Os portugueses conhecem-me e sabem que fui sempre muito independente. (…) Quando tinha motivos para elogiar, elogiava. Quando tinha motivos para criticar, criticava”, disse sobre o espaço de comentário que teve durante vários anos.
Ventura respondeu que “nem o antigo primeiro-ministro” Pedro Passos Coelho apoia Marques Mendes como candidato. “Pedro Passos Coelho, se tivesse de escolher entre si e entre mim, escolhia-me como presidente da República”, afirmou.
“É um agitador-mor da República, não deixa ninguém falar”, disse o ex-ministro do PSD, acusando Ventura de “ataques pessoais” e “tentar irritar o adversário”.
“A sua preocupação é ocupar o tempo para disfarçar a ausência de propostas e discussões. André Ventura não tem propostas concretas e exequíveis no que diz respeito aos poderes do presidente da República”, apontou.
O líder do Chega acusou ainda o adversário de ter feito “um acordo com Luís Montenegro para ser candidato presidencial”, confundido a certo ponto o nome do atual primeiro-ministro com o de Luís Marques Mendes. “É a marioneta de Luís Montenegro”, acrescentou.
O antigo ministro social-democrata criticou, em resposta, a “cassete habitual” do Chega e assinalou que Miguel Albuquerque “não está acusado de nada”.
“Os portugueses conhecem-me e sabem que fui sempre muito independente. (…) Quando tinha motivos para elogiar, elogiava. Quando tinha motivos para criticar, criticava”, disse sobre o espaço de comentário que teve durante vários anos.
Ventura respondeu que “nem o antigo primeiro-ministro” Pedro Passos Coelho apoia Marques Mendes como candidato. “Pedro Passos Coelho, se tivesse de escolher entre si e entre mim, escolhia-me como presidente da República”, afirmou.
“É um agitador-mor da República, não deixa ninguém falar”, disse o ex-ministro do PSD, acusando Ventura de “ataques pessoais” e “tentar irritar o adversário”.
“A sua preocupação é ocupar o tempo para disfarçar a ausência de propostas e discussões. André Ventura não tem propostas concretas e exequíveis no que diz respeito aos poderes do presidente da República”, apontou.
A questão do BES
No final do debate, André Ventura lembrou os comentários de Marques Mendes quando afirmava que o Banco Espírito Santo (BES) era “um banco sólido”.
“O homem que está à minha frente dizia que estava tudo bem com o BES. (…) Diga isso aos milhares de lesados, às famílias que perderam poupanças”, acusou.
Luís Marques Mendes insistiu em responder à acusação, recordando que transmitiu a informação que foi veiculada por jornalistas, economistas e comentadores porque “era a informação do Banco de Portugal”.
A fechar o confronto, André Ventura classificou Marques Mendes como “o candidato das elites”.
“Posso não ter o nível que as elites têm, mas sou a voz do povo português contra as vossas elites que andaram a destruir o país nos últimos anos”, concluiu.
No final do debate, André Ventura lembrou os comentários de Marques Mendes quando afirmava que o Banco Espírito Santo (BES) era “um banco sólido”.
“O homem que está à minha frente dizia que estava tudo bem com o BES. (…) Diga isso aos milhares de lesados, às famílias que perderam poupanças”, acusou.
Luís Marques Mendes insistiu em responder à acusação, recordando que transmitiu a informação que foi veiculada por jornalistas, economistas e comentadores porque “era a informação do Banco de Portugal”.
A fechar o confronto, André Ventura classificou Marques Mendes como “o candidato das elites”.
“Posso não ter o nível que as elites têm, mas sou a voz do povo português contra as vossas elites que andaram a destruir o país nos últimos anos”, concluiu.