Cavaco reitera que não houve favorecimento

por RTP

O Presidente da República e recandidato afirmou, esta manhã, que soube quem comprou as suas ações da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) pelo semanário “Expresso”, que em maio de 2009 publicou uma carta de Oliveira e Costa a determinar que as ações fossem vendidas à SLN Valor por 2,40 euros cada. Cavaco Silva considera que o facto de este tema estar a dominar a campanha eleitoral deve-se ao desespero dos seus opositores.

“É muito curioso que uma aplicação de poupanças que eu e a minha mulher fizemos há 11 anos, seis anos antes de eu ser Presidente da República, quando éramos os dois apenas meros professores, seja um tema de campanha. Mas isto demonstra duas coisas: o desespero em que alguns se encontram, e em segundo lugar demonstra o grau de desonestidade”, referiu Cavaco Silva, esta manhã, no Fórum da TSF.

O recandidato a Belém sublinha que se limitou a escrever uma carta, “como escreve qualquer cidadão a dizer 'agradecia que vendesse as ações que estão depositadas na conta tal'", referindo-se à missiva dirigida ao presidente da SLN com data de 17 de novembro de 2003.

O atual Presidente da República garante que só teve conhecimento de quem tinha comprado as ações após de o “Expresso” ter publicado essa carta em maio de 2009. Cada ação foi comprada por um euro e vendida por 2,40 euros. O semanário apontava que a indicação para a venda das ações à SLN Valor foi despachada por Oliveira e Costa, dando a Cavaco Silva uma mais valia superior a 140 por cento.

Um mês depois, em junho de 2009, Cavaco Silva referiu-se à venda das ações frente a “câmaras de televisão”, à margem de uma sessão da COTEC, na Caixa Geral de Depósitos. Uma declaração que não teve a repercussão desejada, uma vez que Cavaco Silva acusa “alguma comunicação social” de esconder este facto deliberadamente.

Cavaco Silva lamentou ainda que nenhum jornal tenha investigado “sobre os prejuízos que eu e a minha mulher temos nas outras aplicações que os bancos fizeram. São muito mais do dobro do lucro que tive eventualmente nesta venda. Isto prova bem a desonestidade que está sobre o terreno”.

Este caso é, até ao momento, o principal tema da pré-campanha para a Presidência da República. Uma polémica que não chega para lhe roubar “uma hora de sono” porque, segundo Cavaco Silva, “aqueles que me atacam sabem que estão a ser desonestos em relação a mim”.

Marques Mendes desmente favorecimento de Cavaco Silva
O antigo presidente do PSD e elemento da Comissão Política da candidatura de Cavaco Silva assumiu, ontem, na TVI, a defesa do atual Presidente contra os ataques que lhe têm sido feitos sobre a venda de ações da SLN e o alegado favorecimento de que teria beneficiado em novembro de 2003.

Sublinha Marques Mendes que Cavaco Silva vendeu as suas ações por 2, 40 euros, enquanto outras operações efetuadas no mesmo mês custaram 2,75 euros cada unidade.

Marques Mendes revelou ainda que uma auditoria ao grupo SLN esclarece que não houve qualquer tratamento de favor com a venda das ações do candidato.
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