Ana Jorge considera precoce contabilizar custos do Estado com a gripe A

A ministra da Saúde considera que é ainda cedo para contabilizar os custos do Estado com a gripe A. Portugal terá despendido 67,5 milhões de euros em fármacos e vacinas, mas uma estimativa da consultora Delloite e da Intelligent Life Solutions aponta para custos totais entre os 330 e os 500 milhões de euros.

RTP /

A ministra da Saúde recusa no entanto comentar o estudo por considerar que Portugal está ainda "numa fase muito precoce da epidemia".

"Eu não iria fazer comentários sobre esse valor, penso que é muito precoce estarmos a fazer comentários", declarou Ana Jorge.

"Estamos ainda numa fase muito precoce da epidemia em Portugal, não sabemos o que vai acontecer, até porque a entrada das vacinas agora poderá vir modificar o comportamento da epidemia", acrescentou a ministra da Saúde após o encontro "Saúde Mental nos Cuidados de Saúde Primários: melhorar o tratamento e promover a saúde mental", que decorreu na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

Os impactos financeiros directos da gripe A nos cofres do Estado ascendem actualmente a 67,5 milhões de euros: aos 45 milhões de euros empregues na aquisição de seis milhões de doses da vacina Pandremrix, produzida pela farmacêutica GlaxoSmithKline, juntam-se os 22,5 milhões de euros aplicados desde 2007 na compra do anti-viral Oseltamivir (Tamiflu) à Roche.

Por apurar estão ainda os custos indirectos - como a perda de IRS e os valores do subsídio de doença que venham a ser pagos -, mas o estudo da Deloitte avança com uma estimativa de 330 a 500 milhões de euros em custos para os cofres públicos.

A estimativa da consultora aponta ainda para um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,3 a 0,45 por cento, levando em linha de conta o absentismo laboral. Em suma, a redução do PIB pode ir de 490 a 740 milhões de euros.

O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, havia avançado com a previsão de que o alargamento da baixa médica a situações de isolamento devido à gripe A pudesse ter um impacto até 70 milhões de euros na Segurança Social.

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