Arsénio pode ser útil no tratamento do cancro em combinação com droga contra leucemia

Redação, 09 ago (Lusa) - Cientistas sugerem num estudo hoje divulgado que o arsénio, conhecido pela sua toxicidade, pode ser útil no tratamento do cancro quando combinado em certas doses com um medicamento contra a leucemia.

Lusa /

Segundo o estudo, publicado na edição digital da revista científica Nature Communications, o trióxido de arsénio, cujo uso foi aprovado nos Estados Unidos em 1995, destrói uma enzima, a `Pin1`, em combinação com um fármaco utilizado no tratamento da leucemia promielocítica aguda, um subtipo de cancro do sangue e da medula óssea. O medicamento é o ácido trans-retinóico (ATRA).

A enzima `Pin1` está associada à maioria dos cancros humanos e está especialmente ativa nas células estaminais cancerígenas (as que dão origem às células de um determinado tipo de cancro e são mais resistentes aos tratamentos).

Investigadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, um hospital em Boston, nos Estados Unidos, concluíram, em testes de laboratório, que ratinhos com a falta de expressão da `Pin1` são mais resistentes ao desenvolvimento de cancro, mesmo quando as suas células expressam oncogenes (genes ligados ao aparecimento de tumores) ou carecem de genes supressores de tumores (os que reduzem a probabilidade de uma célula se tornar cancerígena).

A equipa observou que, quando administrados em doses clinicamente seguras, o trióxido de arsénio e o medicamento ATRA, juntos, eliminam células estaminais cancerígenas em roedores e em culturas de células, assim como em modelos de tumores de doentes com cancro da mama triplo negativo, um subtipo de cancro da mama muito agressivo, refere a instituição hospitalar em comunicado.

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