Economia
Saúde
Carne de frango dificulta acção de antibióticos nos consumidores
A carne de frango vendida na Alemanha em cinco grandes cadeias de supermercados pode causar nos seus consumidores resistência à acção de antibióticos e dificultar, portanto, o tratamento de infecções. Uma dessas cadeias de supermercados, a Lidl, está presente no mercado português.
O estudo, da responsabilidade da associação protectora de animais BUND, foi hoje divulgado pelo site de Der Spiegel e constata, a partir de um controlo aleatório, a existência bactérias resistentes aos antibióticos em um de cada dois frangos comprados nos supermercados das cadeias Aldi, Lidl, Rewe, Edeka e Real.
Esclarecimentos da Lidl
Das cinco cadeias de supermercados referenciadas no estudo da BUND, a Lidl, que opera em Portugal, afirmou que ainda não tinha conhecimento do teor do mesmo, pelo que não o podia comentar, mas esclareceu que toda a carne de frango fresca vendida nos supermercados Lidl provém única e exclusivamente de fornecedores nacionais, que criam os animais assegurando o cumprimento das respectivas normas legais em vigor.
O estudo baseou-se em testes realizados sobre vinte frangos, dos quais dez revelaram a existência de embriões de enzimas ESBL (Beta-lactamase) e de bactérias MRVA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus), ambos produtores de resistências à acção de antibióticos.
Os consumidores dessa carne poderão, segundo o estudo, desenvolver eles próprios essas resistências e, em caso de infecção, tornar-se mais difíceis de tratar com os ditos aintibóticos. Segundo estimativas reconhecidas pelo Parlamento Europeu, as infecções com bactérias resistentes aos antibióticos causam cerca de 250.000 mortes por ano na União Europeia.
Massificação da criação de animais na origem do problema
A existência das bactérias resistentes é atribuída às condições em que os animais são criados pelos três grandes fornecedores dessas cadeias: as empresas Wiesenhof, Sprehe e Stolle. O presidente da BUND, Huber Weiger, considera que, "com o seu modo de criação de animais, a agroindústria cria resistências, em prejuízo do consumidor".
Segundo a BUND, o modo de criação em causa caracteriza-se pela concentração de elevado número de animais em espaços cada vez mais exíguos, o que os torna muito mais atreitos ao contágio de qualquer doença.
Para controlar o problema, as empresas fornecedoras desse tipo de carne tendem a ministrar aos animais quantidades crescentes de antibióticos. Quando um adoece, não só esse, mas todos os restantes são normalmente tratados com antibióticos, nem que seja apenas a títutlo preventivo.
A reivindicação de uma lei escandinava para a Alemanha
Segundo a BUND, o recurso aos antibióticos é, na Alemanha, muito mais exagerado do que em países escandinavos. A BUND preconiza portanto a adopção de legislação de tipo escandinavo na Alemanha.
Nos países da península escandinava, a tendência mais ou menos generalizada para a concentração dos animais em superfícies diminutas é de algum modo compensada pela rigorosa separação entre o veterinário e o farmacêutico. A mesma pessoa não pode exercer as duas funções, o que a exime ao conflito de interesses de prescrever os medicamentos e de ganhar dinheiro com a sua venda.
Esclarecimentos da Lidl
Das cinco cadeias de supermercados referenciadas no estudo da BUND, a Lidl, que opera em Portugal, afirmou que ainda não tinha conhecimento do teor do mesmo, pelo que não o podia comentar, mas esclareceu que toda a carne de frango fresca vendida nos supermercados Lidl provém única e exclusivamente de fornecedores nacionais, que criam os animais assegurando o cumprimento das respectivas normas legais em vigor.
O estudo baseou-se em testes realizados sobre vinte frangos, dos quais dez revelaram a existência de embriões de enzimas ESBL (Beta-lactamase) e de bactérias MRVA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus), ambos produtores de resistências à acção de antibióticos.
Os consumidores dessa carne poderão, segundo o estudo, desenvolver eles próprios essas resistências e, em caso de infecção, tornar-se mais difíceis de tratar com os ditos aintibóticos. Segundo estimativas reconhecidas pelo Parlamento Europeu, as infecções com bactérias resistentes aos antibióticos causam cerca de 250.000 mortes por ano na União Europeia.
Massificação da criação de animais na origem do problema
A existência das bactérias resistentes é atribuída às condições em que os animais são criados pelos três grandes fornecedores dessas cadeias: as empresas Wiesenhof, Sprehe e Stolle. O presidente da BUND, Huber Weiger, considera que, "com o seu modo de criação de animais, a agroindústria cria resistências, em prejuízo do consumidor".
Segundo a BUND, o modo de criação em causa caracteriza-se pela concentração de elevado número de animais em espaços cada vez mais exíguos, o que os torna muito mais atreitos ao contágio de qualquer doença.
Para controlar o problema, as empresas fornecedoras desse tipo de carne tendem a ministrar aos animais quantidades crescentes de antibióticos. Quando um adoece, não só esse, mas todos os restantes são normalmente tratados com antibióticos, nem que seja apenas a títutlo preventivo.
A reivindicação de uma lei escandinava para a Alemanha
Segundo a BUND, o recurso aos antibióticos é, na Alemanha, muito mais exagerado do que em países escandinavos. A BUND preconiza portanto a adopção de legislação de tipo escandinavo na Alemanha.
Nos países da península escandinava, a tendência mais ou menos generalizada para a concentração dos animais em superfícies diminutas é de algum modo compensada pela rigorosa separação entre o veterinário e o farmacêutico. A mesma pessoa não pode exercer as duas funções, o que a exime ao conflito de interesses de prescrever os medicamentos e de ganhar dinheiro com a sua venda.