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Estamos a ficar mais lentos
Quando o jamaicano Usain Bolt nos diz que é nestes tempos que vive o homem mais rápido da história cronometrada, um estudo apresentado na Associação Americana do Coração (American Heart Association) deixa o alerta para o declínio da condição física dos mais novos. Diz essa investigação de mais de quatro décadas que, para percorrer uma milha terrestre (aproximadamente 1609 metros), as crianças destes dias levam mais 90 segundos do que as crianças de há 30 anos, o que dá mais meio minuto por cada 500 metros.
O estudo teve em conta dados de 45 anos, envolvendo 25 milhões de crianças em 28 países.De acordo com esta investigação, uma das explicações para esta regressão estará no aumento da obesidade. As crianças são mais gordas, têm mais massa gorda, e isso reflete-se na sua performance física - simples.
Sobre a capacidade de correr, diz-nos Grant Tomkinson, responsável pelo estudo na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Sul da Austrália, que uns “30% a 60% da queda na capacidade de corrida (endurance) são explicados pelo crescimento na massa gorda” dos jovens.
Os dados apontam para um ponto comum aos países estudados (maioritariamente os países ocidentais, mas que também se verifica na Ásia): essa endurance tem vindo a cair 5% a cada década. Dados observados em crianças e jovens dos 9 aos 17 anos.
Contra a massa gorda “marchar, marchar”
Nesta caminhada para o declínio físico das novas gerações, Grant Tomkinson aponta também a falta de exercício como um cúmplice da massa gorda.
O investigador avisa que “quanto mais as crianças se apresentam em má forma maior é a probabilidade de virem em adultas a sofrer de doenças do coração”.
Para quebrar esse ciclo, Grant Tomkinson sugere exercício físico. Pelo menos, uma hora por dia de actividades como ciclismo, marcha ou corrida.
É no entanto um exercício - avisa o investigador - que exige “transpiração”. E também que seja realizado de forma “sustentada”, para conseguir pôr a parte cardiovascular a mexer.