Família de vítima mortal acusa Hospital de Almada
A família de uma mulher de 48 anos acusa o Hospital Garcia de Orta, em Almada, de negligência médica. A mulher foi três vezes às urgências no espaço de 48 horas, mas acabou por morrer na madrugada de sexta-feira.
"A minha mãe, cardíaca e hipertensa, foi no dia 8 ao Centro de Saúde da Amora, Seixal, com sintomas que indicavam um enfarte. Deram-lhe uma injecção e a médica disse que ia enviar um fax para o Hospital Garcia da Horta", revelou a filha.
Segundo o Correio da Manhã que cita uma amiga da família, a mulher "esteve duas horas à espera de ser vista. O médico, estrangeiro, disse que não ia pedir exames porque eram os nervos" e foi enviada para casa.
Na madrugada de quinta-feira, dia 9, a senhora voltou às urgências onde lhe foi feito um raio-x e de seguida deram-lhe alta.
Às 03h00 da manhã de sexta-feira regressou às urgências do hospital com queixas de dores nos braços e peito, falta de ar, vómitos e arritmia. Às 04h50 faleceu. A autópsia está marcada para amanhã.
Hospital nega responsabilidade
"A doente, dia 8, apresentou-se com queixas não específicas e não tinha qualquer sintoma de doença cardíaca ou respiratória. Tinha dores músculo-esqueléticas com radiação para o dorso. Foi medicada e melhorou", afirmou Estêvão Pape, director de Urgência do Hospital Garcia da Orta, ao jornal.
"Voltou com sintomas coronários, fez raio-x e teve alta. No dia 10 tinha batimentos cardíacos lentos", acrescentou.
Estêvão Pape, admite "que possa ter corrido algo anormal", sublinhado que o serviço de urgências "ainda não sabe o diagnóstico".