Infarmed e IGAS enviam relatório para MP

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) não divulgam que substância foi injectada nos olhos dos seis doentes, a 17 de Julho, no Hospital de Santa Maria. Em comunicado, o Infarmed refere que a informação disponível foi reportada à Polícia Judiciária e ao Ministério Público.

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Os médicos ponderam uma eventual troca ou contaminação do medicamento RTP

As conclusões sobre as análises feitas à substância injectada nos doentes de Santa Maria eram aguardadas esta sexta-feira, mas os resultados ficam sob reserva das autoridades.

"O Infarmed e a IGAS enviaram esta semana para o Ministério Público (MP) informação disponível relacionada com a ocorrência de reacções adversas no decorrer de um procedimento médico que provocou perda de visão em seis doentes, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa", lê-se no comunicado do Infarmed.

O Infarmed verificou em laboratório o medicamento aplicado aos doentes, enquanto a IGAS tentou apurar o que aconteceu no caso da perda de visão de seis doentes após intervenção no bloco operatório de oftalmologia.

O loto do medicamento não sofreu alterações. Contudo, a substância injectada nada tinha a ver com o Avastin. Os médicos inclinam-se para troca ou contaminação do medicamento.

"A investigação das causas deste incidente prossegue agora no âmbito do Ministério Público", que abriu um inquérito-crime. O processo visa o "apuramento de existência de crime, importando, em caso afirmativo, apurar quais são os seus autores ou responsáveis médicos".

Na quinta-feira, a procuradora Maria José Morgado afirmava que a equipa do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa para este caso é "especializada em crimes de negligência médica".

Também a PJ está em campo para estudar o percurso desde a farmácia hospitalar até ao bloco operatório de oftalmologia.

No total são seis as entidades, além do inquérito interno do Santa Maria, que estão a investigar o caso.
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