AS LÁGRIMAS SECAS DO MAR DE ARAL
O mar de Aral já foi o quarto maior mar interior do mundo. Hoje, está reduzido a um terço do seu volume de há trinta anos atrás.
Quando as águas do mar recuaram , ficou um deserto de sal, onde as velhas traineiras encalharam para sempre.
Os antigos pescadores deslocam-se agora de camelo e sobrevivem a custo à catástrofe ecológica causada pelas campanhas de agricultura intensiva lançadas nos anos cinquenta pela então União Soviética.
Milhares de hectares de algodão foram nessa altura plantados nas estepes desérticas da Ásia Central, e para a sua irrigação foi desviada grande parte dos caudais dos rios que alimentavam aquele mar, que faz fronteira entre o Casaquistão e o Uzbequistão..
Como resultado, até o clima mudou : os invernos na região agora são mais frios, e sopra constantemente um vento
de sal, a que chamam "as lágrimas secas do Aral".
Nalguns locais as águas recuaram trinta quilómetros.
O Aral está hoje reduzido a dois grandes lagos de águas muito poluídas pelos adubos agrícolas.
Um deles está condenado a desaparecer a curto prazo, dizem os cientistas.
Para tentar salvar o "Pequeno Aral", os pescadores casaques juntaram todas as suas poupanças e construíram um dique de areia.
O nível das águas voltou a subir, e foram introduzidos com êxito peixes de água salgada. Mas o dique rompeu-se, a água escapou, e o governo do Casaquistão vai agora fazer mais uma tentativa desesperada para fazer reviver o pequeno mar de Aral....
Ficha Técnica
- Título Original
- AS LÁGRIMAS SECAS DO MAR DE ARAL