AMOR MARGINAL

Amor entre homossexuais

Dois camionistas homossexuais, Krasky e Padovan trabalham na recolha de ferro-velho e costumam frequentar um café de estrada isolado. Aí, Krasky sente-se atraído pela jovem e arrapazada empregada de mesa, conhecida pela alcunha de Johnny. Porém, apesar de Johnny ser mulher, Krasky insiste em manter com ela uma típica relação homossexual e os dois vivem uma estranha e bizarra paixão. Padovan, angustiado pelos ciúmes, tenta matar Johnny, no que é impedido por Krasky. Mas quando Johnny tenta levar Krasky a abandonar o amante, este deixa-a e retoma a sua relação com Padovan.

"Amor Marginal", escrito e realizado por Serge Gainsbourg em 1975, foi um dos filmes mais escandalosos e controversos da segunda metade dos anos 70, uma década que teve o seu interessante quinhão de casos célebres. Retomando o celebérrimo título de uma canção da sua autoria, "Je taime moi non plus", que foi proibida em muitos países pela sua explícita exploração do universo sonoro de um acto sexual que ele próprio cantava de parceria com Jane Birkin, Gainsbourg rodou uma história de amor marginal, entre um homossexual e uma rapariga com aspecto de rapaz, onde a mulher desperta o interesse e o desejo do homem enquanto insólito tranfer masculino. Tudo isto filmado, deliberadamente, em sórdidas e decadentes atmosferas com Birkin e Joe Dallesandro, o actor fetiche de Andy Warhol e Paul Morrissey, num dos mais genuinos e surpreendentes filmes de clara e assumida atmosfera "underground" produzidos em França.