Cem Anos no Palco (O Teatro em Portugal no Sec. XX)
O Teatro em Portugal no século XX
A palavra Crise é uma fatalidade do teatro Português: logo em 1900 "A crise do Teatro Portuguez" é o título de uma conferência do dramaturgo Lopes de Mendonça. Mas abundam os teatros e os públicos. Os atores são as grandes vedetas da comédia da farsa e do drama. Autores escrevem para atores. Ensaiam-se os primeiros passos do experimentalismo.
Vive-se à sombra do prestígio da companhia Rosas e Brasão. Apesar da liberdade, todas as formas de experimentalismo comuns ao longo dos primeiros trinta anos chegam a Portugal mitigadas e não passam de esboços (o melhor exemplo é o ténue papel dos modernistas no teatro).
Entre as duas guerras mundiais o pilar do teatro em Portugal são os actores populares, do drama à revista: Maria Matos, Estevão Amarante, Luísa Satanela, Beatriz Costa, Vasco Santana, entre outros, são as estrelas absolutas.
A seguir à II Guerra Mundial várias pessoas organizam-se para tentar fazer um teatro diferente. Surgem o Teatro Estúdio do Salitre, o Teatro Experimental do Porto.
A revista aguenta-se. Vasco Morgado começa o seu domínio sobre o teatro comercial.
Nos anos sessenta e princípios de setenta surgem o Teatro Experimental de Cascais, o Novo Grupo, A Cornucópia, A Comuna...
Em liberdade, o teatro tenta ser um educador do povo. Os grupos independentes consolidam-se, nascem novas formas de produção, surge um grupo de actores que desenvolvem projectos próprios.
No virar do século a revista e o teatro comercial agonizam (La Féria é a excepção que confirma a regra) e o Teatro Nacional ainda procura um modelo de intervenção. Os Independentes são uma espécie de senadores. A escrita para teatro é escassa e pouco consistente...
Participaram:
Eugénia Vasques: crítica e professora de Teatro;
Vítor Pavão dos Santos - historiador de teatro e ex-director do Museu Nacional de Teatro;
Luís Francisco Rebelo - Presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, dramaturgo;João Silva Melo, Luís Miguel Cintra, João Mota, Carlos Avilez, Joaquim Benite, João Lourenço - encenadores;Irene Cruz, Diogo Infante, Glicínia Quartim, Eunice Muñoz, Ruy de Carvalho, Raúl Solnado, José Viana e Maria Helena Matos - atores;José Machado - espectador desde 1939.
Ficha Técnica
- Título Original
- Crónica do Século II (18 e 19)
- Produção
- Alice Milheiro
- Autoria
- Rui Lagartinho
- Ano
- 2002
- Duração
- 59 minutos