O INFORMADOR

Uma história verídica que Michael Mann transformou num espantoso thriller de suspense que levanta relevantes questões políticas, científicas e morais

Lowell Bergman, jornalista de investigação do prestigiado programa de informação ¿60 Minutos¿, recebe documentos confidenciais enviados por um anónimo empregado da ¿Philip Morris¿. Lowell pede conselho técnico ao especialista em tabaco, Jeff Wigand, ex-director de pesquisas de uma grande tabaqueira que foi despedido devido a ¿problemas de comunicação¿. Porém, Wigand recusa-se a falar revelando-se um homem esmagado pelos segredos que não quer revelar e dilacerado por um grave conflito moral. Lowell sente que está no limiar de um grande caso jornalístico, conquista a confiança de Wigand e acaba por o convencer a dar uma entrevista, onde este denuncia e demonstra até que ponto as grandes tabaqueiras mentem e jogam com a saúde pública. Wigand torna-se vítima de uma monstruosa campanha de difamação, montada pelas tabaqueiras, enquanto Lowell não consegue que a direcção da CBS lhe permita ¿pôr no ar¿ a entrevista explosiva de Wigand.

¿O Informador¿ foi um dos filmes mais surpreendentes de 1999 que, muito justamente, mereceu várias nomeações para os Oscares da Academia de Hollywood. Michael Mann constrói um thriller espantoso, de suspense e tensão, sem ter praticamente uma cena de violência física. Partindo de um caso verídico, Mann, equaciona o drama pessoal e o dilema moral de um homem vulgar esmagado por segredos devastadores relacionados com a indústria do tabaco e o seu desprezo pela saúde pública. Um caso jornalístico de fantástico impacto público que arrasta o produtor do prestigiado programa de informação ¿60 Minutos¿ para uma impressionante batalha em defesa da verdade, da liberdade de expressão e do direito de informar, ao perceber que a sua cadeia de televisão, a CBS, tem dificuldade em deixar ir ¿para o ar¿ matéria que pode ferir susceptibilidades e interesses económicos da poderosíssima indústria tabaqueira norte-americana. Um filme de heróis do quotidiano e de gloriosa vitória da verdade jornalística que reflecte amargamente sobre os custos, pessoais e profissionais, dessa mesma verdade. Uma grande realização de Mann, marcada por duas notáveis interpretações a cargo de Russell Crowe e Al Pacino, num filme exemplar nas suas implicações políticas, científicas e morais.