Crash

Um dos maiores êxitos de Cronenberg, e também o seu filme mais polémico, que é uma das mais lúcidas e notáveis reflexões sobre a perversidade humana.

O produtor de filmes publicitários, James Ballard, tem um grave acidente de viação ao colidir com outro automóvel, que resulta na morte do outro condutor e deixa a mulher dele ferida. No hospital, Ballard, perde-se e volta a encontrar Helen Remington, a viúva da vítima mortal do seu acidente. Na sua companhia conhece Vaughan, um fotógrafo fascinado pela beleza erótica dos ferimentos e das mutilações originadas por acidentes de viação. Ballard começa por se sentir curioso em relação a Vaughan e às suas ideias no sentido de recriar acidentes célebres, como o que vitimou James Dean.
A pouco e pouco, Ballard, deixa-se contagiar pela irresistível pulsão erótica que emerge da insólita combinação de sexo, automóveis, acidentes, mutilações e morte.

"Crash" foi um dos maiores êxitos da carreira de David Cronenberg e, também, um dos seus filmes mais controversos e polémicos. Admirável adaptação ao cinema do romance de J.G. Ballard, "Crash", é um filme demencial e, ao mesmo tempo, irresistível sobre o fascínio do sexo e da morte sobre rodas.
Trata-se de uma espantosa visão da mórbida combinação do erotismo com a mutilação, da autodestruição calculada com o desejo sexual, da morte com a violência dos acidentes rodoviários. No fundo, o romance de Ballard reúne quase todos os temas favoritos de Cronenberg, da mutilação física e emocional à busca obsessiva de novas experiências sensoriais, passando pelas, inevitáveis, relações do Homem com a Máquina. Cronenberg assina um filme de uma grande audácia, visual, emocional e erótica, que é uma das mais lúcidas e notáveis reflexões sobre a perversidade humana. Um filme absolutamente surpreendente e delirante com James Spader, Holly Hunter e Elias Koteas nos principais papeis, que não deixa ninguém indiferente.