EM DEMANDA DO GRÃO CATAIO / REINOS DO TIBETE

Uma viagem no tempo, um regresso ao passado na peugada do jesuíta...

O primeiro europeu a chegar ao Tibete foi, em 1624, um jesuíta português, natural de Oleiros: o padre António de Andrade.
Em Agra, na Corte do Grão Mogol, António de Andrade ouvira a vários viajantes a referência a uma civilização em que julgou reconhecer o Prestes João do Oriente.
Decidiu fazer-se ao caminho, acompanhando peregrinos hindus em romagem ao templo de Badrinath ¿ nas montanhas do Himalaia.
O relato dessa viagem ¿ ¿Em demanda do Grão Cataio ou Reynos de Tibete¿ ¿ foi traduzido em onze línguas e António de Andrade é ainda hoje citado em livros de montanhismo.
Trezentos e setenta anos mais tarde, uma equipa de filmagens seguiu o seu percurso até à fronteira com o Tibete.
O templo de Badri, com os seus tanques de água quente, parecia não ter mudado desde a viagem de António de Andrade. E, a quatro quilómetros, em Maná, os habitantes mantinham os hábitos referidos pelo jesuíta português.
Para a equipa de filmagens, formada por Alfredo Caldeira, Diana Andringa, Elso Roque, Lorette Roque e Armanda Carvalho, foi uma viagem no tempo, um regresso ao passado, na peugada do jesuíta.
Partindo de Agra, acompanhando na subida o curso de um dos afluentes do Ganges, o Alaknanda, Andrade chegou à nascente tibetana do rio sagrado ¿ e fundou, em Tsaparang, no Reino de Gugué, uma missão onde permaneceu alguns anos. Mais tarde, chamado a Goa, foi ali Provincial dos Jesuítas, Reitor do Colégio de S. Paulo e Secretário da Inquisição. Morreu envenenado na véspera de pregar em um Auto da Fé.

Locução de Jorge Moreira.