RYAN

Um notável exercício de cinema que balança entre a animação e o documentário

Ryan não é apenas um filme mas, igualmente, um homem de carne e osso que podemos encontrar nas ruas de Montreal. Há mais ou menos 30 anos, foi um dos mais importantes animadores do famoso Office National du Film/National Film Board do Canadá. Está agora reduzido a um mendigo, um pedinte e a um artista incapaz de criar. Muita substância manhosa e, sobretudo, muito álcool.
Lá em cima, Deus procura controlar o que se passa no Mundo e observa este anjo caído, arrogante e falido...mas não destruído. Disse um dia o homem, mais osso do que carne, sobre a sua vida vivida.
"Ryan"o filme, realização de Chris Landreth, foi galardoado no CINANIMA de 2004 e em muitos outros Festivais e ainda no mais prestigioso dos concursos, os ÓSCARES de HOLLYWOOD. Melhor Curta-Metragem de Animação em 2005.
Um notável exercício de cinema que balança entre a animação e o documentário, desafiando qualquer classificação formal.
Ryan, o homem, sobrevive com um subsídio da Segurança Social e, aparentemente, sente-se bem assim, com meia dúzia de cêntimos no bolso mas livre. Ninguém se atreve a prever o seu futuro.
Para já, ficamos com este filme inédito no ONDA CURTA, um exercício com uma força inegável no que diz respeito ao modo como encara a verdade e a realidade, num quadro de experimentação sobre imagens e sons, de uma eficácia radical.
Uma obra-prima, a começar a grande maratona das curtas na noite mais curta do ano.