A Perda da Inocência

Um itinerário de memórias, sonhos e desejos que passa por uma fascinante visão do mito de Adão e Eva.

Nic, um cineasta britânico, encontra-se na Tunísia a rodar um documentário. Ao longo do trabalho e na companhia dos três membros da sua equipa técnica, Nic envolve-se sexualmente com a sua assistente, que por sua vez é namorada do técnico de som, situação que vai terminar num trágico caso de ciúmes. Entretanto, Nic é assaltado pelas memórias da sua infância, adolescência e dos casos de amor da idade adulta, enquanto evoca o mito de Adão e Eva.

Mike Figgis, autor do impressionante, premiado e surpreendente "Morrer em Las Vegas", volta a lidar com o tema de uma certa angústia existencial em "A Perda da Inocência", embora de forma muito menos trágica. Ao contrário do brutal realismo da auto-destruição do alcoólico sem remissão, neste filme Figgis constrói um itinerário de memórias, sonhos e desejos de um homem, da infância à idade adulta, por onde passa uma fascinante visão do mito de Adão e Eva, aliás, filmado de forma absolutamente deslumbrante. Acima de tudo, ¿A Perda da Inocência¿ é um drama de sentidos e de sentimentos, construido como um autêntico "art film" que reflete sobre os estranhos e complexos processos da memória, sobretudo da memória sexual, bem como sobre diferentes níveis de perda de inocência e ilusões. Um filme tão insólito e ambicioso quanto fascinante e intrigante, que conta com Julian Sands no principal papel.