Silvestre, de João César Monteiro, é um clássico do cinema português moderno e uma das mais belas obras do realizador
O filme é inspirado em dois contos tradicionais portugueses, "A Donzela Que Vai à Guerra", de origem judaica peninsular, e a lenda da "Mão do Finado", de tradição oral e que faz parte do ciclo do Barba Azul. O cineasta promove aqui o retorno a um passado histórico e mítico e às raízes do país para retratar a alma portuguesa.
O filme marca a estreia em cinema da jovem atriz Maria de Medeiros, que interpreta o papel de Sílvia, uma donzela prometida em casamento a um rico proprietário de hábitos grosseiros.
A ação passa-se no século XV. D. Rodrigo (João Guedes) tem duas filhas, uma legítima e outra bastarda, Sílvia (Maria de Medeiros) e Susana (Teresa Madruga). Sentindo-se velho e sem herdeiro varão, D. Rodrigo combina o casamento de Sílvia com um nobre rico seu vizinho, D. Paio (Jorge Silva Melo), com o propósito de alargar os
seus domínios. D. Rodrigo parte para a corte, para convidar o rei para a boda, e recomenda às filhas que não abram a porta a ninguém.
Um dia, Sílvia, desobedecendo às ordens do pai, dá guarida a um peregrino (Luís Miguel Cintra). Aí começam uma série de insólitos acontecimentos. Revelando ser um malfeitor, o peregrino é ferido e vai assumir diferentes identidades em busca da vingança. D. Rodrigo é raptado e Sílvia disfarça-se de cavaleiro, com o nome de Silvestre, partindo para a guerra em auxílio do pai.