Diálogos

A jornalista Catarina Neves oferece um novo olhar sobre a história e o processo criativo, ensaios e encenação por detrás da produção da ópera O Diálogo das Carmelitas

Documentário da jornalista Catarina Neves que acompanha o processo criativo, os ensaios e o trabalho de encenação de Luís Miguel Cintra para a ópera "O Diálogo das Carmelitas" de Francis Poulenc.
Em fevereiro de 2016, Luís Miguel Cintra e o maestro João Paulo Santos apresentaram no Teatro Nacional de São Carlos a sua versão de "O Diálogo das Carmelitas", ópera do compositor francês Francis Poulenc sobre o horror das chamadas Mártires de Compiègne: 16 freiras carmelitas que durante a revolução francesa foram condenadas à morte na guilhotina por recusarem cumprir os propósitos revolucionários e renunciar à sua fé. A jornalista Catarina Neves oferece um novo olhar sobre a história e o processo criativo por trás da produção da ópera, num documentário filmado nos bastidores durante as semanas que antecederam a estreia.

A 17 de julho de 1794, em plena revolução francesa, 16 freiras carmelitas foram guilhotinadas na Place du Trône, hoje Place de la Nation, em Paris. Eram acusadas de conivência com atividades contra-revolucionárias. No dia 3 de fevereiro de 2016 estreou no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, a ópera "Diálogos das Carmelitas" de Francis Poulenc baseado no drama de George Bernanos. O documentário "Diálogos ? Ou como o teatro e a ópera se encontram para contar a morte de 16 carmelitas e falar do medo" acompanha o processo criativo de Luís Miguel Cintra, no regresso do diretor e encenador do Teatro da Cornucópia ao trabalho, lado a lado, com o maestro João Paulo Santos, no Teatro Nacional de São Carlos.
Mesmo quando o corpo tem vontade própria e a fala passa rasteira ao pensamento, Luís Miguel Cintra contorna a doença para entregar, a quem está no palco, a razão certa para se estar num palco e aí se dar a vida, em intensas golfadas de ar fresco.
O documentário mostra como se podem lançar pontes entre teatro e ópera, numa celebração que comove tanto como quando ouvimos aquelas mulheres, no final, cantarem "Salve Regina, mater misericordiae".