Adaptação do romance de José Saramago pelo grupo de teatro A Barraca
Peça de teatro baseada no romance de José Saramago, com encenação e dramaturgia de Maria do Céu Guerra e adaptação de texto de João Paulo Guerra, pelo grupo de teatro A Barraca.
A história de seis famílias que habitam um prédio na Lisboa remediada dos anos 50.
Lisboa, meados do século XX. Num prédio de uma zona popular não identificada vivem seis famílias. Um sapateiro com a respetiva mulher e um caixeiro-viajante casado com uma galega e o respetivo filho, nos dois apartamentos do rés do chão; no 1º andar, um empregado da tipografia de um jornal com a mulher e em frente uma "mulher por conta"; no 2º andar uma família de quatro mulheres (duas irmãs e as duas filhas de uma delas) e do outro lado um empregado de escritório, a mulher e a filha no início da idade adulta.
O romance começa com uma conversa matinal entre o sapateiro do rés do chão, Silvestre, e a mulher, Mariana, sobre se lhes seria conveniente e útil alugar um quarto que têm livre para daí tirar algum rendimento. A conversa decorre, o dia vai nascendo, a vida no prédio recomeça e revela as vidas daquelas seis famílias da pequena burguesia lisboeta: os dramas pessoais e familiares, a estreiteza das vidas, as frustrações e pequenas misérias, materiais e morais.
O quarto do sapateiro acaba alugado a Abel Nogueira, personagem para o qual Saramago transpõe o seu debate - debate que 30 anos depois viria a ser o tema central do romance O Ano da Morte de Ricardo Reis - com Fernando Pessoa: Podemos manter-nos alheios ao mundo que nos rodeia? Não teremos o dever de intervir no mundo porque somos dele parte integrante?