A Rapariga Santa

Filme da cineasta argentina Lucrecia Martel ("A Mulher Sem Cabeça", "Zama", "O Pântano"), sobre uma adolescente profundamente católica dividida entre o desejo sexual e a devoção religiosa

É Inverno na cidade de La Ciénaga. Uma jovem adolescente profundamente católica encontra-se dividida entre o desejo sexual e a devoção religiosa. Ao ser assediada por um médico de meia-idade, que está de passagem pela cidade, assume a missão sagrada de salvar do pecado a alma desse homem.
Depois dos ensaios do coro, as raparigas reúnem-se na igreja para falar sobre temas da doutrina. As conversas são sobre a vocação: O que quer Deus de mim? Como distinguir entre a tentação do Diabo e o chamamento de Deus? Quando não estão a participar calorosamente nas discussões, Amalia e Josefina falam em segredo do despertar do desejo e dos primeiros beijos. Josefina é de uma família de classe média da província. Já Amalia vive no Hotel Termas, que pertence à família, com a mãe Helena e o tio Freddy. Durante esses dias, tem lugar um congresso de otorrinolaringologia. O Hotel está cheio de médicos. Na rua, uma multidão amontoa-se para ver um homem a tocar theremin. No meio da multidão está Amalia. Atrás dela, um homem encosta-se de forma indecorosa. Mais tarde, no Hotel, descobre que esse homem é o Dr. Jano, um dos mais prestigiados otorrinolaringologistas do congresso. Amalia começa a espiar o médico. Mas Jano nunca se apercebe da sua presença. O mesmo não se pode dizer em relação à presença de Helena, que muito admirou na adolescência por ser uma grande nadadora e por quem está a sentir-se novamente atraído. Helena desfruta da atenção que lhe dá este homem, mas não constrói castelos no ar, sabe que é casado e tem família. Amalia anuncia à amiga Josefina que tem uma missão: salvar este homem. O mundo do respeitado médico de província, apanhado nesta trama de boas intenções, está prestes a desmoronar-se.