A Barreira: Marguerite Duras e a Ilusão Colonial
Uma das primeiras obras a denunciar os horrores da colonização
"Uma Barragem Contra o Pacífico" de Marguerite Duras, publicado em 1950, não recebeu nesse ano o prestigiado Prémio de Goncourt de Literatura Francesa por ser considerado marxista, subversivo e não patriótico. Como é que, numa altura em que a França sofria as primeiras derrotas militares na Indochina, poderiam recompensar alguém por escrever uma história de desilusão colonial? Brancos miseráveis, administração corrupta, trabalho forçado, prostituição... o livro parecia uma acusação feroz, longe do idílico postal colonial. Mais de 70 anos após a sua publicação, esta obra-prima da literatura, que foi uma das primeiras a denunciar os horrores da colonização, continua a ressoar no debate pós-colonial.
Através da representação dos corpos que a escritora traça no seu livro, arquivos e filmagens atuais, entrevistas com antropólogos e especialistas em Marguerite Duras, o documentário de Nathalie Masduraud e Valérie Urrea revela, de uma forma sensível e sem precedentes, um Império Francês onde a raça e o género predeterminam o futuro.
Ficha Técnica
- Título Original
- Pornotropic: Marguerite Duras et l´Illusion Coloniale (The Sea Wall: Marguerite Duras and the Colonial Illusion)
- Realização
- Nathalie Masduraud, Valérie Urrea
- Produção
- ARTE France, Les Batelières Productions
- Ano
- 2020
- Duração
- 52 minutos