Um Adeus Mais-Que-Perfeito

Peça de teatro a partir do romance do escritor austríaco Peter Handke, criação da Companhia de Teatro de Almada com encenação de Teresa Gafeira, uma reflexão sobre a condição humana

Peça de teatro a partir do romance do escritor austríaco Peter Handke, centrada na memória e no processo de luto de um indivíduo diante da morte da sua mãe. O protagonista, através de um estilo narrativo que mistura memória e reflexão, busca entender o que a morte da mãe representa e como afeta a sua vida e a sua compreensão do mundo.
Escrito no Inverno de 1972, durante o processo de luto pela morte da mãe, o romance "Um Adeus Mais-Que-Perfeito" conta-nos a espiral de dor e sofrimento que levou a mãe do escritor austríaco, Prémio Nobel da Literatura, ao suicídio aos 51 anos de idade.
A história da mãe de Handke é um relato da vida de uma mulher da Europa Central num período difícil, marcado pela Segunda Guerra Mundial. É a história de uma mulher nascida nos destroços dos impérios que ruíram na primeira guerra mundial no território que agora pertence à Áustria, mas também com raízes eslovenas e num país mais tarde anexado pela Alemanha nazi, de onde é originário o pai do escritor.
Escrita pelo filho, relatada por uma voz masculina, a peça tem um olhar feminista sobre o sofrimento e a condição das mulheres.
A mãe do escritor tem origem num mundo rural, pequeno-burguês, conservador e católico, onde as mulheres eram vistas como impertinentes e levianas caso ousassem ter voz. O texto é a forma que Peter Handke encontrou para exorcizar o seu sofrimento e encontrar um consolo com a morte prematura da mãe, mas também é um relato sobre a vida e a existência humana.