TOMMY

A célebre ópera-rock dos The Who num delirante filme de Ken Russell.

O capitão Walker é dado como desaparecido durante a 2ª Guerra Mundial. A sua mulher Norah dá à luz o pequeno Tommy no dia da Vitória. Anos mais tarde Norah vive com Frank Hobbs, um dinâmico organizador de campos de férias, e tudo corre bem até ao dia em que Walker aparece inesperadamente. Frank mata acidentalmente Walker, perante o olhar assustado de Tommy que, devido ao choque, fica cego, surdo e mudo. O tempo passa, Tommy tem 20 anos e, apesar de Norah e Frank tentarem tudo para o curar, continua, aparentemente, sem ver, ouvir e falar. Um dia Frank descobre que Tommy é um jogador genial de ¿flippers¿ e transforma-o num ídolo da juventude. Graças a outro choque, Tommy recupera os seus três sentidos perdidos e torna-se num novo Messias, fundando campos de férias para o descanso do espírito dos seus seguidores.

¿Tommy¿, a popular ópera-rock da autoria do grupo rock britânico ¿The Who¿, passou ao cinema pela mão de Ken Russell, um cineasta inglês célebre pelas suas delirantes e excessivas realizações. A história de um garoto que fica cego, surdo e mudo, devido a um choque emocional, para se transformar num ídolo da juventude e depois num novo Messias, é uma delirante sátira sobre a sociedade contemporânea e a sua perversa capacidade para explorar de forma hipócrita os meandros da religião ou do rock, enquanto espectáculos de pura sedução de massas. Pete Townshend e os ¿The Who¿ escreveram e criaram uma ópera-rock admirável, servida por um punhado de inesquecíveis temas musicais que Russell converteu em outras tantas sequências cinematográficas marcadas pelo seu estilo visual de genuíno circo surreal e desconcertante.