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IMPRESSÕES DAS PROFUNDEZAS

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Leni Riefenstahl foi bailarina, actriz, realizadora de cinema na Alemanha nazi, fotógrafa, escritora ... e mergulhadora (aos noventa e nove anos de idade ainda mergulhava !)

"É meu desejo que, ao ver as imagens deste filme, os espectadores compreendam o que vão perder se não impedirem a destruição dos recifes de coral". Foi com esta frase que Leni Riefenstahl assinou no ano 2000 o seu último grande filme.
A impressão profunda que o mar e em particular a vida marinha dos corais lhe causavam ficou ali ilustrada nas imagens captadas por Horst Kettner, operador de câmara e seu assistente permanente durante mais de trinta anos.
O mar foi de resto a última grande paixão da vida da controversa realizadora alemã, e justificou a sua quinta carreira profissional, talvez a menos conhecida do grande público.
Depois de ter sido uma bailarina famosa, actriz e uma das primeiras mulheres realizadores de cinema, a carreira de Lenni Riefenstahl atingiu um apogeu durante a Alemanha nazi. Respondia directamente a Hitler, e datam da II Guerra Mundial alguns dos seus filmes mais conhecidos, como "O triunfo da vontade" e os famosos documentários sobre os Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936. Ganhou com eles o primeiro prémio do Festival de Veneza em 1939, apesar de se tratar claramente de filmes de propaganda do ideário nacional-socialista e da superioridade racial ariana. Com a derrota do regime nazi, e embora sempre se tenha defendido dizendo que só lhe interessavam os aspectos estéticos dos seus filmes, Leni Riefenstahl teve que abandonar o cinema. Depois de uma experiência episódica como produtora, tornou-se fotógrafa. Voltou a conhecer a fama nos anos setenta, com as suas fotografias da até aí desconhecida tribo sudanesa dos Nuba.
Foi aliás na costa africana do Oceano Índico que Riefenstahl fez as suas primeiras experiências com máscara e barbatanas. O mundo subaquático que então descobriu viria a ser a grande paixão pessoal e profissional do final da vida.
Já com a respeitável idade de 71 anos, aprendeu a mergulhar com escafandro autónomo. Teve de falsificar a sua data de nascimento (alterando-a em vinte anos!) para conseguir tirar o curso de mergulho, uma vez que com a sua idade real isso já não lhe seria permitido. Tornou-se numa exímia fotógrafa subaquática e publicou dois livros profusamente ilustrados sobre a vida nos recifes. em 1978, surgiram "Os jardins de coral". Em 1990, publicou as "Maravilhas subaquáticas".
Leni Riefenstahl continuou a mergulhar até aos 99 anos, passando a ser considerada a mais idosa mergulhadora do mundo em actividade. Fez mais de dois mil mergulhos, em jardins de coral que são o sonho de todos os mergulhadores: a costa do Quénia, o Mar Vermelho, as Caraíbas, as Maldivas... Nas ilhas Cocos, no Pacífico Sul, teve oportunidade de encontrar as mais diversas espécies de tubarões. E fez algumas das suas últimas filmagens subaquáticas na Papua-Nova Guiné.
As suas "Impressões das profundezas" foram filmadas no ano 2000. Seria a sua última obra: em 44 minutos de fascinantes composições de côr, luz e beleza, sem palavras, Riefenstahl quer chamar a atenção para a situação desesperada dos recifes de coral, um mundo que gostaria de ver preservado para as gerações vindouras.

Ficha Técnica

Título Original
IMPRESSÕES DAS PROFUNDEZAS
Duração
45m minutos