Um dos mais exemplares filmes de David Lean que é, ainda, uma das melhores adaptações ao cinema da obra de Dickens
Pip, um aprendiz de ferreiro, fica na posse de uma pequena fortuna que lhe permite iniciar uma nova vida. Pip está convencido que este inesperado dinheiro lhe foi legado por Miss Havisham, uma velha e excêntrica senhora que conheceu nos tempos da sua infância e a única pessoa com bens que conheceu em toda a sua vida. Mas não podia estar mais enganado. Quando era garoto, Pip ajudou um recluso em fuga, chamado Magwitch, que mais tarde seria preso e deportado para a Austrália, onde fez fortuna, que acabou por tudo fazer por ajudar Pip, em reconhecimento do seu gesto. Este fica a saber a origem da sua fortuna quando Mogwitch regressa a Inglaterra, condenado à morte. Pip tenta libertar Mogwitch, mas este morre durante a fuga, revelando-lhe a existência da sua filha Estella, que Pip irá conhecer, auxiliar e por quem se vai apaixonar.
Grandes Esperanças, realizado por David Lean em 1946, é considerado por muitos como um dos seus filmes mais exemplares e uma das melhores adaptações ao cinema desta obra de Charles Dickens, que nem antes nem depois voltou a ser recriada em cinema com tanto fulgor. Lean, com o seu inegável bom gosto, a sua mestria nas reconstituições de época e o seu particular talento para criar atmosferas românticas, soube dotar a sua versão da imortal obra de Dickens de uma grande beleza plástica, que valeu a Guy Green pela fotografia e a John Bryan e Wilfred Shingleton pela direcção artística Oscares da Academia de Hollywood.