O Auto da Índia

Gil Vicente actualizado em Évora

"A farsa "Auto da Índia", foi fundada sobre uma mulher, estando já embarcado para a Índia seu marido, lhe vieram dizer que estava impedido de o fazer e que já não ia. E ela, de pesar, está chorando. E fala-lhe uma sua criada. Foi feita em Almada, representada à muito católica Rainha D. Lianor. E entram nela estas figuras: Ama, Moça, Castelhano (Juan de Zamora), Lemos e Marido."
Assim apresentava por escrito Gil Vicente a sua obra "O Auto da Índia", que aqui poderemos apreciar na interpretação do grupo de teatro Centro Cultural de Évora, sob encenação de Mário Barradas, que procurou o que no texto haveria de atualizável, para o destacar na encenação.
João Vieira desenhou os cenários e os figurinos e Jaime Campos realizou esta versão de 1983 de O Auto da Índia de Gil Vicente.
A peça passa-se em plena época dos Descobrimentos. Um homem deixa a mulher em Lisboa e parte à aventura, confiante de que ela lhe seja fiel.
Mas ela, com a ajuda da criada, arranja dois amantes, um tal Lemos e um castelhano. E vê-se aflita para conciliar os dois.
Mas passado algum tempo, o marido volta da Índia...
Mário Barradas faz uma breve introdução à peça e os atores Álvaro Corte Real, Isabel Bilou, José Alegria, José Bessa e Rosário Gonzaga, interpretam as personagens deste divertido auto do nosso primeiro dramaturgo.