A história da Lusitânia Romana em 200 peças no Museu Nacional de Arqueologia

por Lusa

A exposição "Lusitânia Romana, origem de dois povos" abre hoje ao público, no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, com 210 peças repartidas por dez núcleos, algumas raras e nunca expostas.

Entre as várias peças, provenientes de 14 instituições portuguesas e cinco espanholas, os responsáveis da mostra realçaram uma inscrição em pedra em carateres latinos, segundo a fonética lusitana, originária de Arronches, que abre a exposição, e a Tábua de Vipasca, de Aljustrel, um dos dois únicos regulamentos de extração mineira, do mundo romano, conhecidos - o outro encontra-se no Museu Geológico, em Lisboa.

A exposição foi pensada no sentido de estabelecer as mais diferentes ligações entre as peças, e contar a história de uma província, que, sendo a mais ocidental do império, participava na sua vida política e administrativa, conquistada pelos romanos, em 218 antes de Cristo, realçou António Carvalho, diretor do Museu.

Esta exposição recebeu, no ano passado, quando esteve patente em Mérida, o Prémio Internacional "Genio Protector da Colonia Augusta Emerita", atribuído pela Fundação de Estudos Romanos e pelo Grupo de Amigos do Museo Nacional de Arte Romano de Mérida, em Espanha.

A exposição em Lisboa inclui algumas peças que não foram apresentadas em Mérida, nomeadamente um sarcófago do século III antes de Cristo, decorado com as estações do ano e o pisar da uva, encontrado em Reguengos de Monsaraz, que foi restaurado e se encontra em condições de expor, disse o diretor do museu, António Carvalho.

A exposição, que encerra a Mostra Espanha 2015 em Lisboa, ensaia uma inovação - audioguias por infravermelhos, que apresentam textos em espanhol, português e inglês, de modo a "fundir os conteúdos científicos do catálogo com a leitura das peças de uma forma acessível a todos os públicos", explicou António Carvalho. Esta nova tecnologia foi desenvolvida por uma "startup" de Braga.

A Lusitânia é uma entidade administrativa criada há mais de 2.000 anos -- entre 16-13 antes de Cristo -, num território que incluia a atual província espanhola da Extremadura e as regiões da Beira Alta e da Beira Litoral, do Alentejo, Estremadura e Algarve.

Em julho, "Lusitânia Romana, origem de dois povos" apresentar-se-á no Museu Nacional Arqueológico de Madrid.

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