Álbum "Vida" passa em revista 40 anos da carreira de Paulo de Carvalho

por Agência LUSA

Paulo de Carvalho celebra 40 anos de carreira com a edição segunda-feira do álbum "Vida", onde regista alguns êxitos, nomeadamente "E depois do adeus", canção que serviu de senha para a Revolução dos Cravos, em 1974.

A canção vencera o Festival RTP desse ano e a sua emissão em estações de rádio serviu de senha para as diferentes unidades militares saírem dos quartéis e dirigirem-se para a capital, no dia 25 de Abril.

Este não é único êxito do cantor inserido no álbum, com a etiqueta da Farol.

"Flor sem tempo", "Maria vida fria", canção com que representou Portugal no Festival do Rio de Janeiro, "Sábado à tarde", "Nini dos meus quinze anos", "PrelúdioÓ (Mãe negra)" da poetisa angolana Alda Lara, "Os meninos do Huambo" de outro angolano, Manuel Rui, são alguns dos sucessos incluídos no álbum.

"Vida" inclui 21 temas, entre eles, "Pomba branca", um original de Max que Paulo de Carvalho gravou com Dulce Pontes, em 1994 acompanhados pela Royal Philarmonic Orchestra e "Cacilheiro", uma criação de Carlos do Carmo.

"Cacilheiro" tem letra de José Carlos Ary dos Santos e música do próprio Paulo de Carvalho, que gravou o tema em 2004.

Paulo de Carvalho estreou-se como compositor ladeado, precisamente, por Carlos do Carmo e Ary dos Santos, com a canção "Lisboa menina e moça" em 1976.

Paulo de Carvalho, 59 anos, foi o fundador do grupo Sheiks, onde era baterista, que fez grande sucesso na década de 1960.

Depois foi convidado para integrar o Thilo`s Combo de Thilo Krassman.

Ainda na década de 1960 fundou o grupo cultural Fluído, que contava com nomes como Noronha da Costa e Dórdio Guimarães.

O seu primeiro sucesso, já como cantor, surgiu em 1970 "Corre Nina" que concorreu ao Festival da Canção RTP.

Volta ao festival no ano seguinte com "Flor sem tempo" que abre este CD, um tema de autoria de José Calvário gravado com a Orquestra de Pedro Osório, em 1971.

No ano seguinte a Casa da Imprensa considerou-o o Melhor Intérprete português.

Em 1973 viajou até Madrid para gravar o seu primeiro Long Play (LP), duas canções serão aproveitadas mais tarde pelos cantores espanhóis Raphael e Júlio Iglésias.

Depois da vitória no Festival RTP, em 1974, inicia uma parceria com o músico Júlio Pereira de que resultam os LP "Não de costas mas de frente" e "MPCC".

Em 1977 volta a vencer o Festival RTP integrado no grupo Os Amigos de que fazia parte, entre outros, Ana Bola, com a canção "Portugal no coração".

No ano seguinte inicia uma parceria com o produtor de espectáculos José Manuel Osório que durou 15 anos.

Continua a editar álbuns à média de um por ano até à década de 80 quando um LP seu alcança, pela primeira vez, o galardão de ouro.

Paulo de Carvalho encetou um projecto de defesa da música portuguesa contrariando o que considerava a hegemonia da música anglo- saxónica.

Norteado por estes princípios editou "Desculpem qualquer coisinha", de 1985, para o qual convidou o guitarrista Alcino Frazão.

Deste álbum destacam-se com grande êxito a canção que o titulou e "Os meninos do Huambo".

O CD que sairá segunda-feira inclui estes dois temas, bem como SAbracadabra" e "Cabra cega" de autoria de Isabel Bahia e que tinham sido sucessos do álbum anterior "Abracadabra" (1981).

O álbum "Vida" inclui também um tema totalmente da sua autoria, "Um beijo à Lua", gravado em 1990.

Além das vitórias no Festival RTP, Paulo de carvalho recebeu prémios de interpretação num festival internacional búlgaro e de Viña del Mar (Chile) onde ficou em 2º lugar.

Actualmente reparte as cantigas com a carreira de actor, interpretando a personagem Zé Ferrão na telenovela da TVI "Dei-te quase tudo".


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