Sudoeste Editora aposta em 14 títulos no primeiro semestre de 2007

por Agência LUSA

A recém-criada Sudoeste Editora vai apostar equitativamente na literatura em língua portuguesa e em línguas estrangeiras e publicará 14 títulos no primeiro semestre deste ano, definindo como política "encontrar bons livros e saber vendê-los".

"O melhor cartão de apresentação da Sudoeste é ser coerente, não enganar os leitores e fazer livros de qualidade", disse à Lusa o director editorial, João Duarte Rodrigues, quinta-feira à noite, na festa de apresentação da editora, realizada na Fundação Medeiros e Almeida, em Lisboa.

"Estamos apaixonados pelos livros que fazemos e queremos passar isso às pessoas - creio que é o melhor que posso dizer para que os leitores tenham confiança em nós", observou.

Constituída a 12 de Novembro de 2006, a editora - cujo nome tem como "antepassado" Almada Negreiros, com os editores Sudoeste e a revista Sudoeste, criada em 1935 - propõe-se "alcançar forças capazes de combater o marasmo, os espartilhos e o afunilamento que a ditadura do mercado tende a impor também à edição de livros", sublinhou o responsável, numa curta intervenção.

Porque "Sudoeste é vento de cultura" - salientou - a editora partirá "em busca de leitores pensantes, acreditando que o melhor negócio é um bom livro".

"Para os nossos livros, na companhia de muitos editores do passado e de hoje, queremos leitores pensantes, não leitores abúlicos e preguiçosos, procurando apenas entretenimento passageiro", insistiu.

Este mês, a Sudoeste lançará quatro títulos, dois de autores portugueses - "A Mulher que Prendeu a Chuva", de Teolinda Gersão, e "Este É o Meu Corpo", de Filipa Melo - e dois de estrangeiros, "O Interior do Bosque", de Eugenio Fuentes, e "O Cabo das Tormentas", de Nina Berbérova.

Em Abril, será a vez de mais quatro autores: o espanhol Jose Antonio Marina ("Aprender a Viver"), a portuguesa Filomena Marona Beja ("A Cova do Lagarto"), a iraniana Bijan Zarmandili ("A Grande Casa de Monirrieh") e o cubano Senel Paz ("No Céu com Diamantes").

Até Julho, serão publicados outros seis livros, de Abel Neves, Berta Marsé, Jorge Reis-Sá, John Cheever, Iñaki Abad e Jose Antonio Marina, parte de um catálogo que não se dividirá em colecções mas apenas nas categorias de ficção, não-ficção e edições especiais.

Nesta última categoria se incluirá o livro de retratos de escritores do fotógrafo argentino Daniel Mordzinski, ainda sem data de lançamento.

As capas de todos os livros terão design do atelier de Henrique Cayatte, "cúmplice do projecto desde a primeira hora".

Defendendo que "as editoras não têm de ser todas iguais" e que respeita "claramente as opções dos editores que orientam o seu catálogo e as suas escolhas por outros objectivos", João Duarte Rodrigues, que antes trabalhou na Dom Quixote, disse acreditar que compete à Sudoeste "uma batalha de raiz cultural, tendo como pilar central a criação cultural e literária em língua portuguesa".

"Estamos a Sudoeste e falamos português", frisou o responsável, indicando que a frase de Vergílio Ferreira "Da minha língua vê-se o mar" será a assinatura da editora e simboliza o seu compromisso de publicar "autores que escrevem em português, de Timor ao Brasil".

Mas a Sudoeste será também "poiso de aves migratórias" - revelou -, de "escritores de outras paragens, consagrados ou não, que escrevem com alma, vozes livres que escrevem para fazer as grandes perguntas, para expor as grandes dúvidas, não apenas para tranquilizar os espíritos".

Joyce Carol Oates, John Cheever, John Barth, Andrew Solomon, Antonia Byatt, Jean Echenoz, Bill Buford, Alberto Mendéz, William Maxwell e Manuel Mujica Lainez são alguns dos autores estrangeiros que integram o catálogo da editora.

"Queremos, imodestamente, fazer livros que durem gerações", rematou.

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