Foi um exercício de “grande esforço” e “imaginação”. O primeiro-ministro fala assim da elaboração da proposta de Orçamento do Estado para 2016, que agora chega ao Parlamento. Em Berlim, mas atento a Bruxelas, onde a Comissão Europeia conclui esta sexta-feira a avaliação das contas de Lisboa, António Costa quis mostrar-se otimista.
A partir da capital alemã, onde tem encontro marcado com a chanceler Angela Merkel, António Costa empregou esta manhã, uma vez mais, o tom da convicção num salvo-conduto europeu.
Foto: Fabrizio Bensch - Reuters
“O Orçamento é um excelente casamento de como virar a página da austeridade cumprindo as regras e mantendo-nos ativos na zona do euro. Esse, como sabem, era um desafio que muitos consideravam impossível. Nós sempre dissemos que era possível. Não é fácil”, sublinhou o governante.
“Exige trabalho, exige um grande esforço, exige imaginação, mas estou convencido e confiante de que o Orçamento de 2016 é um primeiro Orçamento que assinala bem essa viragem de página”, acrescentou.
Dizendo-se “sereno”, Costa insistiu na ideia de que o trabalho do Governo socialista “está feito”: “Agora é altura de a Comissão e o Parlamento o apreciarem”.
“Frutos”
É então nas próximas horas que o país fica a saber se a contabilidade do ministro das Finanças, Mário Centeno, vai ou não ao encontro dos desejos de Bruxelas.
Na terminologia da Comissão, importa determinar se o plano orçamental português implica “incumprimentos particularmente graves” do Pacto de Estabilidade e Crescimento”. Se for este o entendimento do colégio, haverá ainda trabalho de casa para o Governo – uma revisão do esboço.
Em Berlim, António Costa começou por visitar a feira de agricultura local, onde manifestou a expectativa de que a reunião extraordinária em Bruxelas “dê frutos”.
O ponto alto da agenda do primeiro-ministro é um almoço de trabalho com Angela Merkel. António Costa vai abordar os dossiers dos refugiados e do estatuto do Reino Unido na União Europeia.
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