Empresas de corretagem da China sob investigação

por João Ferreira Pelarigo - RTP
Kim Hong-Ji, Reuters

Na China, as autoridades estão a investigar cinco empresas de corretagem por alegadas irregularidades, num cenário de pesadas perdas sofridas pelas bolsas no mercado do país. Entre as companhias está uma de um banco estatal e a maior entidade do sector em termos de volume de negócio. As medidas aplicadas para inverter a tendência de queda têm-se mostrado insuficientes.

De acordo com a agência chinesa Xinhua, o regulador chinês dos mercados bolsistas notificou quatro companhias de corretagem, informando-as da abertura da investigação. Ainda assim, a comissão não emitiu qualquer nota acerca do processo.

Ao que parece, estas empresas não estavam a verificar de forma adequada a identidade dos seus clientes. No caso da empresa do Estado Citic, estão a ser investigados oito funcionários. São suspeitos de estarem implicados na compra e venda ilegal de valores mobiliários.

Outra das companhias no processo é a Huatai Securities, a maior da China a operar no sector em termos de volume de negócio.
Margarida Neves de Sousa, Carlos Valente - RTP (25 de agosto)

Depois da segunda-feira negra, terça-feira foi um dia positivo para as bolsas em quase todo o mundo. Apesar da recuperação geral, as praças na China e no Japão continuam a encerrar no vermelho.
"Margem para aplicar mais medidas"
Para tentar travar a tendência de queda na segunda maior economia do mundo, o banco central da China anunciou uma nova redução nas taxas de juro, baixando assim os rácios das reservas obrigatórias dos bancos.

De acordo com a instituição financeira, a taxa de empréstimos e a taxa de depósitos, no prazo a um ano, vão descer 25 pontos base. No caso das reservas mínimas obrigatórias para algumas instituições financeiras, o corte no rácio é de 50 pontos base.

Para aumentar a liquidez do sistema financeiro, que foi penalizada pela desvalorização do yuan, o Banco Popular da China fez uma injeção de cerca de 20,3 mil milhões de euros.

Li Keqiang, o primeiro-ministro da China, reconhece que a economia do país tem sido afetada pela turbulência dos mercados globais, mas acredita que os alicerces se mantêm "estáveis", havendo ainda espaço para atuar.

"Ainda temos margem para aplicar mais políticas macroeconómicas e a China tem um mercado interno enorme", sustentou Keqiang.
Medidas insuficientes
As medidas que o banco central chinês tem vindo a aplicar para atenuar as quedas do início da semana na bolsa de Xangai ainda não são suficientes para inverter a tendência.

A bolsa de Xangai voltou a encerrar no vermelho, apesar de as medidas anunciadas terem contribuído para moderar as perdas.

Na segunda-feira a bolsa afundou 8,49 por cento, a maior queda em oito anos no mercado de capitais da China. Na terça-feira, fechou a cair 7,63 por cento.
RTP (26 de agosto)

Esta quarta-feira, o índice encerrou com perdas de 1,27 por cento, apesar de ter chegado a valorizar pouco acima dos 4 por cento durante a sessão.
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