Atacante de San Bernardino estava "radicalizada"

As autoridades norte-americanas revelam que a mulher envolvida do tiroteio de San Bernardino na passada quarta-feira "jurou fidelidade" ao Estado Islâmico. Num texto publicado no Facebook, a atacante assumia-se como fiel seguidora de Abu Bakr al-Bagdadi, o líder da organização.

Andreia Martins - RTP /
Mario Anzuoni - Reuters

Tashfeen Malik, a mulher que com Syed Rizwan Farook atacou um centro de apoio a pessoas com deficiência em San Bernardino, no estado da Califórnia, assumiu-se como seguidora do Daesh num post publicado no Facebook. 

A O ataque de San Bernardino de quarta-feira fez 14 mortos e 21 feridos.informação foi avançada ao início da tarde pela cadeia televisiva CNN e já foi entretanto confirmada pelas autoridades, que falam num caso de "auto-radicalização". O ataque terá sido inspirado no Estado Islâmico mas não há até ao momento qualquer evidência de mandato ou apoio direto dado pelo grupo terrorista.

"Nesta altura acreditamos que tenha sido um ataque inspirado pelo Estado Islâmico mas sem qualquer ordem por parte do grupo", disse ao jornal The New York Times um dos oficiais envolvidos na investigação.
"Juramento de fidelidade"
As investigações sobre o tiroteio ainda decorrem e a polícia norte-americana defronta-se neste momento com dificuldades acrescidas para apurar o que motivou os atiradores. Nos dias que antecederam o ataque, Tashfeen Malik e Syed Rizwan Farook apagaram informação eletrónica que pudesse fornecer pistas às autoridades.

A publicação a que as autoridades fazem referência já não está disponível na rede social e as autoridades não esclarecem como conseguiram ter acesso à informação. Mas o reforço das medidas vigilância pelo F.B.I. desde o início do ano e que tem especial atenção à atividade online de indivíduos radicalizados, poderá ter ajudado na obtenção de informações adicionais sobre o casal.

Esta prática de fazer juramento de lealdade a um grupo terrorista já não é recente entre indivíduos que se identificam com a causa islâmica. A "bayat", como é conhecida, já tinha acontecido com outros terroristas associados à causa da al-Qaeda.

Ainda sem certezas quanto às motivações políticas ou religiosas do ataque, esta nova informação avançada pelos investigadores vem reforçar a possibilidade de atentado terrorista, tese que já tinha sido admitida ontem pelo Presidente dos Estados Unidos.

As pistas mais recentes sobre deste caso revelam que o casal, que foi abatido pela polícia no dia do tiroteio, mantinha contactos com terroristas no estrangeiro. Farook, de 28 anos, nascido nos Estados Unidos, era originária do Paquistão. Malik, de 27 anos, nasceu e viveu no Paquistão antes de ter chegado aos Estados Unidos para casar com o companheiro.

Um membro da família de Malik que reside atualmente no Paquistão confirma ainda que a mulher viveu durante "anos" na Arábia Saudita, segundo avança a Agência Reuters.


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