Bahrein e Sudão rompem relações diplomáticas com o Irão

por Graça Andrade Ramos - RTP
Protestos no Bahrein contra a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr na Arábia Saudita. Hamad I Mohammed - Reuters

O reino do Bahrein e o Sudão seguiram as pisadas da Arábia Saudita e cortaram relações diplomáticas com Teerão, após o ataque de domingo à embaixada saudita na capital iraniana.

O Bahrein pediu aos diplomatas iranianos para abandonarem o seu território num prazo de 48 horas, precisou a agência oficial BNA.

O ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão informou por seu lado em comunicado que a decisão de romper laços diplomáticos com o Irão é uma "resposta aos ataques bárbaros à Embaixada da Arábia Saudita em Teerão e no seu consulado de Mashhdad".

A Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com o Irão no domingo à noite após um ataque durante a madrugada à sua embaixada em Teerão. Nenhum diplomata estava no local mas parte da mobília foi incendiada e destruída antes da intervenção das forças de segurança iranianas, que detiveram 40 pessoas.

O Governo saudita anunciou entretanto, também, a ruptura das relações comerciais com o Irão, o fim das ligações aéreas, e a proibição de os súbditos sauditas visitarem o Irão. Não estão previstas limitações às visitas de peregrinos iranianos a Meca.

Por outro lado, a Arábia Saudita pediu uma reunião de urgência da Liga Árabe, para discutir o que classifica como ingerência iraniana na política interna de países da região. A reunião deverá, segundo a Agência France Press, ter lugar no próximo domingo, no Cairo.

O ataque à embaixada saudita seguiu-se à execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr, pela Arábia Saudita, que o acusou de incitar ao terrorismo. A morte de Nimr al-Nimr, um critico da família real ben Saud e do regime saudita, provocou protestos generalizados frente às embaixadas da Arábia Saudita em várias cidades do mundo.

Os diplomatas sauditas já começaram a deixar o Irão e Riade deu igualmente 48 horas aos diplomatas iranianos para abandonarem a Arábia Saudita.

Teerão acusa Riade de aproveitar o incidente para fazer aumentar as tensões no Médio Oriente, com as quais, considera, "beneficia".

Moscovo já se dispôs a servir de intermediário entre Teerão e Riade, embora sem especificar de que forma poderá acalmar as tensões, e Paris apelou à "desescalada".

Berlim apelou a Arábia Saudita e o Irão ao diálogo e a usar todos os meios ao seu dispor para "melhorar as suas relações bilaterais". 
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