China critica intervenção norte-americana na Ásia

por Lusa

Pequim, 11 out (Lusa) - A China criticou hoje a intervenção dos Estados Unidos da América na Ásia, numa altura de renovadas tensões entre as duas potências, em torno das disputas territoriais no Mar do Sul da China e da península coreana.

Durante um discurso proferido no sétimo fórum de defesa regional de Xiangshan, em Pequim, o ministro de Defesa chinês, Chang Wanguan, fez várias críticas veladas aos avanços norte-americanos na região.

"Alguns países procuram a superioridade militar absoluta, fortalecendo incessantemente as suas alianças militares, e procurando a plena segurança às custas da segurança de outros países", afirmou Chang.

Washington tem enviado navios de guerra para próximo de ilhas artificiais construídas por Pequim no Mar do Sul da China, e concordou em instalar um sistema de defesa antimíssil na Coreia do Sul, em resposta aos testes nucleares realizados por Pyongyang.

Durante a administração de Barack Obama, os EUA reforçaram a sua presença na Ásia, através de um maior envolvimento militar e económico, que suscitou apreensão em Pequim, que vê nestas investidas uma tentativa de conter o seu crescente poder.

A China reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940, e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infraestruturas.

Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam uma parte desta zona, o que tem alimentado intensos diferendos territoriais com a China.

Em julho passado, o Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA), com sede em Haia, concluiu que não existe uma base legal para Pequim reclamar direitos históricos dentro da `linha de nove traços`".

O Governo chinês afirmou que "não aceita e não reconhece" a decisão.

O antigo primeiro-ministro australiano Robert Hawke, que também interveio no fórum, avisou que caso as disputas não sejam geridas de forma adequada, poderão tornar-se "num ponto de conflito entre os EUA e a China".

"Estas disputas têm potencial para perturbar todas a ordem regional", afirmou.

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