Cimeira do Clima. O que se vai discutir em Paris?

por Arlinda Brandão

Foto: Pierre Albouy - Reuters

A esperada 21ª Conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas arranca esta tarde na capital francesa e prolonga-se até dia 12 de dezembro. Os chefes de Estado e de Governo só aterram em solo francês na segunda e terça-feira, mas a maratona negocial e a discussão das questões técnicas começa já hoje.

Pouco mais de duas semanas após os atentados que abalaram Paris, a cidade volta a ser o centro das atenções. Mais de 12 mil polícias e militares vão estar nas ruas para proteger os líderes e diplomatas que se vão deslocar à capital francesa.  2015, ano mais quente de sempre
Os países levam até Paris propostas e metas para a redução das emissões e da poluição atmosférica. Esperam-se também novas propostas na utilização das energias renováveis, no sentido de reduzir o consumo de combustíveis fósseis. Metas que poderão ser revistas de cinco em cinco anos para fazer avaliação de progressos e recuos.

Alguns dos países mais poluidores são simultaneamente os que mais se recusam a encetar esforços nesse sentido. Questões económicas e geopolíticas estão geralmente no âmago da ausência de uma política amiga do ambiente.

Mas a pompa e circunstância com que se realiza esta conferência serve também para alertar para os perigos que o planeta corre. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, 2015 será o ano mais quente de sempre desde que há registo, um marco simbólico que ultrapassa todas as temperaturas desde a época pré-industrial.

Cientistas e ativistas alertam para o rápido aumento da temperatura que se tem registado e dizem que um aumento de temperatura em mais de 2ºC teria consequências drásticas para o planeta, nomeadamente a subida do nível das águas.

Nesse sentido, os países mais ricos deverão acordar a elaboração de um fundo de 100 mil milhões de euros para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as consequências das alterações climáticas.
China e Estados Unidos também participam
Apesar dos ataques de 13 de novembro, Paris manteve a organização desta cimeira, que vai poder contar com a mais alta representação dos principais líderes mundiais. A COP 21 propõe-se a definir metas para o futuro no que diz respeito às alterações climáticas e às medidas contra o aquecimento global, atualizando dos compromissos dos países aquando do Protocolo de Quioto, assinado em 1997.

Desta vez, algumas das maiores potências mundiais que estiveram ausentes nesse mesmo acordo vão marcar presença em Paris. Entre os 196 países representados pelas mais altas figuras de Estado e de Governo, vão estar o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o Presidente chinês, Xi Jinping, chefes de dois dos países com maior emissão de gases a nível mundial, e que têm evitado assumir compromissos no que diz respeito ao clima.

Em representação de Portugal vai estar António Costa, que chega a Paris na segunda-feira para um dos primeiros atos enquanto chefe de Governo.

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