Comandante da Frente de Libertação do Estado de Cabinda morre no Congo

por Lusa

A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) anunciou hoje a morte, na República do Congo, de um dos seus comandantes, afirmando que foi capturado "numa operação conjunta das forças de segurança congolesas e angolanas".

Num comunicado, datado de Paris e assinado pelo porta-voz da FLEC, Jean Claude Nzita, enviado hoje à agência Lusa em Luanda, a direção político-militar daquela organização refere que o corpo do comandante militar João Massanga foi descoberto na terça-feira nos arredores da cidade congolesa de Ponta Negra.

Segundo a FLEC, Massanga deslocou-se em visita privada a Ponta Negra, onde terá chegado a 10 de maio, e a morte "não foi em combate, mas atraído para uma cilada, para ser executado".

"Como já o foram outros anteriormente, é mais um crime, pelo qual os atuais governantes de Angola, terão de responder, um dia", afirma a organização.

De acordo com a Frente de Libertação, a captura de Massanga ocorreu em circunstâncias muito semelhantes à de outro comandante das Forças Armadas de Cabinda, Gabriel Nhemba "Pirilampo", detido também em Ponta Negra em 2011.

"Foi executado e o seu corpo abandonado numa aldeia congolesa, situada nas proximidades da fronteira com Cabinda", afirma a FLEC.

A organização de Cabinda garante que a morte do comandante Massanga, conhecido no terreno como "Homem de Guerra", não desmotiva a causa independentista.

"Estamos hoje, mais do que nunca, motivados e mobilizados a continuar a nossa luta porque continuamos à espera de uma resposta à solicitação feita ao Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, para que crie uma comissão para que possamos analisar e discutir politicamente a questão de Cabinda", refere o mesmo comunicado da organização, que defende a autonomia do enclave.

Para a FLEC, o petróleo de Cabinda, e as receitas decorrentes, está na base do interesse angolano na manutenção de Cabinda, tendo o Governo, segundo a organização, decidido "elevar para 45 mil o número de efetivos militares na região".

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