A Força Aérea Portuguesa e a Marinha acompanharam a passagem de uma esquadra russa pelas águas sob jurisdição nacional. Estiveram destacados o navio patrulha oceânico Viana do Castelo, a fragata Álvares Cabral e ainda um avião C-295.
Segundo o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, a frota russa passou entre 73 e 83 milhas da costa portuguesa e era constituída por um primeiro grupo de quatro navios, incluíndo um porta-aviões, e ainda um segundo grupo de embarcações.
Esta força naval poderá dirigir-se agora para o Mediterrâneo com destino à base russa de Tartus, na Síria, tendo em vista a ajuda à reconquista de Alepo pelo regime de Damasco, apoiado por Moscovo, numa operação aérea que decorre desde setembro.
No domingo, o ministro da Defesa desdramatizava a passagem pela ZEE portuguesa da força naval russa.
"Não tenho e ninguém tem, tanto quanto sei, qualquer elemento que lhe permita dizer que é uma situação de gravidade particular. Poderá tratar-se, e espero que não seja mais do que isso, de uma forma de demonstração naval como tantas que conhecemos no passado", disse o ministro.
De resto, o desconforto da NATO já se faz sentir em várias frentes. Desde logo, Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, admitiu na passada quinta-feira estar preocupado com a progressão da força naval russa em direção ao Mediterrâneo.
O representante da Aliança Atlântica reconheceu que a Rússia "tem o direito de operar em águas internacionais", mas mostrou apreensão com o facto de esta escolta naval poder ser utilizada para participar nas operações sobre a Síria.
Ainda esta semana, os ministros da Defesa da NATO reúnem-se para debater os principais temas de segurança nacional, com destaque para a situação na Síria. A cimeira acontece entre quarta e quinta-feira em Bruxelas e terá certamente como prato forte a discussão da intervenção de Moscovo na guerra civil, sobretudo com o bombardeamento de posições de grupos rebeldes.