Identificado e abatido casal suspeito de massacre em San Bernardino

por Inês Geraldo - RTP
O maior tiroteio dos últimos três anos nos EUA Reuters

Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik terão entrado num centro de apoio a pessoas com deficiência na quarta-feira e feito 14 mortos, causando terror e pânico em San Bernardino, na Califórnia. Os dois presumíveis atiradores, um casal, foram abatidos, informação confirmada pela polícia. A hipótese de um ataque de cariz terrorista não está descartada pelas autoridades norte-americanas.

Os alegados atiradores terão irrompido pelas instalações de apoio a pessoas com deficiência de San Bernardino e atirado a matar sobre quem por lá se encontrava, na manhã de quarta-feira. Horas mais tarde, o casal foi abatido pela polícia, tendo ainda trocado fogo com as autoridades que os perseguiram.

O pânico e o caos caíram sobre esta pequena cidade da costa oeste dos Estados Unidos, San Bernardino, naquele que foi considerado o pior tiroteio em solo norte-americano, depois dos ataques a uma escola primária em Newtown, há três anos.

Jarrod Burguan, chefe do departamento policial de San Bernardino, identificou Farook e Malik como os atiradores. Tratava-se de um casal, estavam casados e tinham em comum uma filha de seis anos.

Há suspeitas de que uma terceira pessoa esteja envolvida, depois de ter havido um detido. No entanto, ainda não há qualquer confirmação de que haja ligação aos dois atiradores.

Syed Rizwan Farook era um inspetor ambiental e trabalhava para o departamento de saúde do condado há cinco anos.
Saiu "zangado" e regressou armado


De acordo com o jornal The New York Times, Farook esteve durante a manhã de quarta-feira numa festa no Inland Regional Center. Fontes citadas pela imprensa norte-americana afirmam que saiu pouco depois.

Estaria alterado e zangado, depois de uma discussão, tendo alegadamente regressado pouco tempo depois, com a mulher, fortemente armado.

Jarrod Burguan não acredita na tese de uma situação espontânea, afirmando que aparenta ter sido planeada: “Teve de haver algum planeamento para que isto tenha acontecido. Não me parece que tenham ido a casa e colocado coletes à prova de bala só porque se lembraram”.

“Ainda não descortinámos qual o motivo que esteve por detrás deste tiroteio”, continuou.

O casal terá aparecido munido de várias armas, algumas delas semi-automáticas, e enquanto disparava dentro das instalações do Inland Regional Center muitos foram os que fugiram e se esconderam, tentando contactar familiares para relatar o que se passava.

Depois do tiroteio, os dois suspeitos fugiram numa carrinha e deixaram para trás três engenhos explosivos encontrados pelas autoridades.

Grande parte da cidade ficou “paralisada”, numa operação que tentou a captura imediata de Farook e Malik. Vários habitantes de San Bernardino foram aconselhados a não sair de casa e todos os edifícios públicos foram encerrados.

Mais tarde, o casal foi encontrado numa zona habitacional, a bordo de um monovolume. Cercados por polícia fortemente armada, foram trocados tiros. Syed Rizwan Farook e Tashfeen Malik foram mortos.
Vítimas ainda não identificadas


Na frenética caça ao homem em San Bernardino, a polícia ainda não identificou as 14 vítimas do massacre.

Este tiroteio acontece cinco dias depois de um homem ter entrado num clínica de planeamento familiar, em Colorado Springs, e matado três pessoas. Este massacre em San Bernardino é já considerado o pior dos últimos três anos, depois do tiroteio em Newtown.

As autoridades ainda não sabem os motivos, mas pensam que se pode tratar de uma “disputa laboral” entre colegas de trabalho. No entanto, a possibilidade de um ataque terrorista ainda não foi descartada.

Profissionais do FBI explicaram que Syed Rizwan Farook nunca tinha sido associado a qualquer tipo de atividade terrorista e não estava na lista de “preocupações” da agência.

Barack Obama voltou entretanto a falar à nação, pedindo maior controlo de armas nos Estados Unidos. A Califórnia é considerada o Estado norte-americano com maiores restrições às armas, de acordo com um relatório publicado há pouco tempo pelo centro de prevenção da violência com armas.
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