Subida do mar pode submergir cidades como Tóquio e Singapura

por RTP
Bob Strong, Reuters

O aviso vem da NASA e baseia-se em projecções para os próximos 100 a 200 anos: o nível da água do mar pode subir mais depressa do que estava previsto. As consequências podem ser catastróficas.

A agência espacial norte-americana (NASA) e o a sua homóloga francesa (CNES) basearam-se em observações conduzidas durante 23 anos, desde 1992 e chegaram à conclusão de que nos próximos 100 a 200 anos o mar pode subir até um metro.

A confirmar-se o prognóstico, terras baixas, ilhas ou penínsulas poderiam ser inteiramente submergidas, como retrata um video disponibilizado pela NASA.


Não surgirá desse processo nenhum novo equivalente da mítica Atlântida, porque a grande maioria das cidades e até por vezes cidades-Estado ameaçadas de completa desaparição estão longe do Oceano Atlântico. Situam-se, com efeito, em zonas ribeirinhas dos oceanos Índico e Pacífico.

Os exemplos mais assustadores que apontam a NASA e o CNES são os de megalópoles como Tóquio ou Singapura.

O director de departamento da NASA Michael Freilich, citado em Die Zeit, lembrou ontem em Miami, durante a apresentação das conclusões do estudo, que "mais de 150 milhões de pessoas, a maioria na Ásia, vivem menos de um metro acima do nível do mar".

Referindo as medições realizadas desde 1992, Freilich explicou que o nível da água do mar subiu em média 7,6 centímetros, embora essa subida tenha em alguns casos atingido 23 centímetros.

A principal causa da elevação do nível do mar é a fusão dos gelos polares: 303 gigatoneladas por ano na Gronelândia, durante a última década, e 118 gigatoneladas por ano na Antártida.

Isto significa, segundo o cientista marinho da NASA Josh Willis, que "as superfícies geladas estão a derreter mais depressa do que se previa anteriormente. Em algum momento dos próximos 20 anos passará provavelmente a haver uma subida média mais rápida do nível do mar, de modo que devemos estar preparados".

Mas tudo isto pode tornar-se ainda mais dramático, se montanhas de gelo inteiras colapsarem, caso em que, segundo o cientista da NASA Tom Wagner, a subida do mar nos próximos 100 a 200 anos poderá ir até três metros.

Seja como for, o aquecimento global e a fusão dos gelos polares trazem consigo uma pesada factura, mesmo no mais favorável dos cenários.
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