UE admite reduzir em mais de um milhar contingente na Bósnia

por Agência LUSA

A União Europeia admite reduzir em mais de um milhar o seu contingente de 6.300 soldados estacionados na Bósnia, face ao êxito da Operação Althea que, em Dezembro de 2004, rendeu a Força de Estabilização da NATO (SFOR).

à margem de uma reunião dos ministros da Defesa dos 25 no Luxemburgo, o titular da pasta deste país que detém a presidência semestral da UE, Luc Frieden, declarou que "vai ser reavaliada a necessidade de manter o número de efectivos destacados" na Operação Althea.

No entanto, Frieden vincou aos jornalistas que nenhuma decisão, quanto a datas, foi tomada nesta reunião.

"A UE não tenciona manter eternamente uma presença militar na região", assegurou, precisando tão só que a actual vertente militar das forças europeias deverá ser orientada para a policial (civil).

A 2 de Dezembro de 2004, os 25 lançaram a sua primeira operação militar de envergadura rendendo a SFOR, que esteve uma década no terreno, desde o fim da guerra civil bósnia (1992-95).

Os responsáveis políticos e militares da comunidade terão de estudar em detalhe o seguimento a dar à Operação Althea a partir de finais de Maio, ou princípios de Junho, assinalou por seu turno o alto representante para a Política Externa e de Segurança Comum (PESC) da UE, Javier Solana, na opinião do qual o número mínimo de homens a manter no terreno será de "5.000".

"Não estamos a falar de uma estratégia de retirada, mas de uma evolução da operação", explicou Frieden.

Os ministros da Defesa da UE abordaram igualmente a eficácia na gestão de crises, nomeadamente através da redução do tempo mínimo requerido para o lançamento de uma operação militar.

De acordo com Solana, o objectivo é, uma vez tomada a decisão política, poder lançar a operação militar em "cinco dias", e não em 10, como ocorreu na República Democrática do Congo no Verão de 2003 (Operação Artemisa).

Para tal, será imperioso - realçou o dignitário espanhol - adaptar as diferentes legislações nacionais, designadamente em países como o Luxemburgo.

Frieden recordou que o contingente europeu na Bósnia pode ser usado como reserva em caso de conflito na província sérvia do Kosovo - sob administração da ONU desde meados de 1999 -, cujo estatuto está por definir, dependendo da abertura de Pristina à cooperação com o Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Jugoslávia.

A iniciativa dos ministros da Defesa dos 25 inscreve-se na decisão tomada pela UE em Novembro de 2004 de, até ao horizonte de 2007, se dotar de 13 unidades tácticas com 1.500 homens cada e capacidade para serem enviados rapidamente para qualquer lugar no mundo.


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