Autárquicas como referendo ao Túnel de Ceuta, diz Rio

por Agência LUSA

O presidente da Câmara do Porto revelou hoje ter proposto ao Governo que aceite resolver o impasse no Túnel de Ceuta aplicando a solução preconizada no programa eleitoral da força política que ganhar as eleições autárquicas.

"É uma proposta de elementar bom senso e uma saída airosa para toda a gente", disse Rui Rio numa conferência de imprensa.

A proposta de eleições autárquicas com contornos referendários relativamente a este problema específico foi formulada ao Governo, por escrito, no passado dia 1 de Agosto.

Rui Rio disse que ainda não tem uma resposta formal do governo à sua proposta, mas admitiu que já abordou o assunto com o primeiro- ministro em exercício, António Costa.

Fê-lo durante uma conversa que descreveu como "educada e cordata", mas da qual se escusou a divulgar quaisquer detalhes.

A construção do Túnel de Ceuta foi embargada pelo Ippar entre o Hospital de Santo António e a Rua D. Manuel II por uma das rampas de saída se situar na zona de protecção do Palácio das Carrancas, onde está instalado o Museu Nacional Soares dos Reis, uma posição que o PS apoia.

Já PSD e o CDS-PP, que apoiam a recandidatura de Rui Rio, tem contestado a posição do Ippar, defendendo o levantamento do embargo e a conclusão da obra.

Na missiva ao Governo, Rui Rio propõe que até 09 de Outubro, dia das eleições autárquicas, nada se faça ou decida relativamente ao túnel, "aceitando-se depois a vontade popular".

Rui Rio voltou a criticar a postura do Ippar neste processo, acusando-o de interpretar os seus poderes ao arrepio da lei.

"Uma coisa é eu querer fazer uma obra e o Ippar não dar parecer positivo. Outra coisa é encontrar buracos feitos, que o Ippar deveria ter embargado, e ter de lhes dar uma solução", afirmou Rui Rio.

Questionando sobre se a aceitação da sua proposta não significaria uma desautorização do Ippar, disse que "sim", "numa lógica de antes do 25 de Abril".

"Caso contrário, não havia aqui um presidente da Câmara eleito, mas um delegado do governo", acrescentou, no que designou "quase como uma aula de democracia".

JGJ.

Lusa/Fim


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