Montijo vai receber voos comerciais em 2021

por Rui Sá, João Fernando Ramos

A solução é Lisboa mais Montijo. ANA e governo assinaram o documento que na prática firma a escolha da Base Aérea como futuro aeroporto complementar de Lisboa.
As obras devem começar em 2019. Os primeiros voos comerciais devem aterrar na BA6 em finais de 2021, inícios do ano seguinte.
No Jornal 2 o presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos lembra que estruturas aeroportuárias competitivas e capazes são fundamentais para garantir resposta capaz a um aumento exponencial da procura pelo transporte aéreo na Europa.
Segundo a ANA os aeroportos nacionais têm, desde 2013, crescido ao ritmo mais alto no Velho Continente: 14,2%
Com a solução Portela Montijo fica assegurada a duplicação da capacidade atual de transporte aéreo da região de Lisboa, que passará a poder movimentar 72 aviões por hora e transportar 50 milhões de passageiros por ano.

A escolha está feita, O contrato assinado. A decisão partilhar com a Força Aérea a base militar do Montijo.

António Costa diz que esta é a solução que o país pode pagar, Fernando Pinto, o presidente executivo da TAP diz que esta é uma solução do tipo "Ovo de Colombo".

O ovo vai custar 300 a 400 milhões de euros e permite duplicar a capacidade da região de Lisboa para receber visitantes por via aérea.

A concessionária vai recorrer a fundos comunitários e receitas próprias para financiar a obra. O governo e a câmara municipal do Montijo vão pagar as intervenções complementares necessárias ao novo aeroporto.

A ANA tem agora até ao final do ano para concluir estudos e começar a fazer projetos. Vai ser necessário adaptar uma das pistas da base aérea para voos civis, construir uma aerogare e criar acessibilidades à infraestrutura aeroportuária.

As obras vão durar dois anos. Avançam em 2019.

A Portela atingiu 22 milhões de passageiros em 2016. O movimento cresceu tanto quanto o turismo em Portugal: 10% .A este ritmo o aeroporto Humberto Delgado esgota a sua capacidade dentro de dois anos.

Para a associação das companhias aéreas a trabalhar em Portugal a urgência da solução prende-se com este problema. Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, diz que este é o tempo de deixar de lado argumentos emocionais e concentrar todos os esforços na solução adotada - O Montijo.

Uma solução que a Associação de Pilotos de Linha Aérea diz ser um remendo numa pista pequena demais para os aviões de longo curso.

Pedro Marques recusa a ideia e "remendo" e lembra que a utilização civil da BA6 vai permitir que oito a dez milhões de passageiros usem o aeroporto alternativo logo nos primeiros anos de funcionamento de uma solução que terá no horizonte de longo prazo capacidade para movimentar 25 milhões de pessoas por ano.

Marcelo Rebelo de Sousa propôs já um nome de batismo par o novo aeroporto: Mário Soares.

Nome mais consensual do que a escolha do Montijo entre os autarcas da região. Os de Setúbal pediram uma reunião de emergência ao governo. Outros há que aceitando-a, não baixam os braços. E o caso do autarca de Vila Franca de Xira que defende a transferência de todos os movimentos de aviação executiva não para o Montijo, mas para Alverca.

Alverca é a base de operações das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico para a manutenção de aviões civis e militares. Vai manter-se como tal.

O tráfego nos aeroportos nacionais cresceu 14,2% o ano passado. Lisboa é responsável por quase metade dos 44 milhões e meio de passageiros que chegam e partem do nosso país por via aérea.

No Jornal 2 Rio Fernandes lembra no entanto que o aeroporto Francisco Sá Carneiro deverá chegar ao ponto de exaustão já no próximo ano pelo que uma intervenção urgente no Porto é também necessária. O problema não é na aerogare, que permite um maior volume de passageiros do que os atuais 9,4 milhões de passageiros. Há projetos para uma reformulação das pistas e zonas de parqueamento já orçamentadas em mais de 100 milhões de euros.
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