Pacheco Pereira quer Menezes afastado antes das eleições e prevê que terá de ser "à bomba"

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Lisboa, 31 Mar (Lusa) - O social-democrata Pacheco Pereira quer que a direcção do PSD de Luís Filipe Menezes seja afastada antes das eleições de 2009 e prevê que a mudança de liderança "vai mesmo ter de ser `à bomba`".

Em quatro textos publicados entre sexta-feira e domingo no seu blogue, www.abrupto.blogspot.com, Pacheco Pereira defende que o PSD tem de se apresentar às eleições de 2009 com uma nova liderança.

"2008 já pode ser tarde demais e em 2010 já será certamente tarde demais", considera o comentador político, que escreve que "afastar a actual direcção" do PSD "é aquilo que todos esperam".

Luís Filipe Menezes foi eleito presidente do PSD em directas em Setembro do ano passado, tendo como único adversário o anterior líder do partido, Luís Marques Mendes.

Pacheco Pereira declara-se "jardinista" nesta matéria: "Como [Alberto João] Jardim considero que a última oportunidade para inverter o plano inclinado é em princípios de 2009, depois é só assistir ao desastre anunciado".

Alguns órgãos de comunicação social atribuíram a Luís Filipe Menezes, a expressão de que quem o quiser afastar da presidência do PSD terá de fazê-lo "à bomba".

Segundo Pacheco Pereira, "não vai ser fácil porque vai mesmo ter que ser `à bomba`, dado que em 2009 há dezenas de lugares apetecidos para distribuir e para cada lugar há cinco pessoas da `situação` a quem este foi prometido e dez que acham que lá podem chegar no meio da guerra civil".

"Aqueles que contam com a derrota do PSD em 2009, para afastar a actual direcção, - e não adianta estarmos a enganar-nos uns aos outros com palavrinhas de circunstância, é aquilo que todos esperam, - prestam um péssimo serviço a uma alternativa mais que necessária ao PS", argumenta o social-democrata.

Pacheco Pereira refere que "há quem pense que `se deve dar uma oportunidade ao líder` de ir a eleições" e acrescenta: "Em condições normais, talvez sim, se não tivesse há muito deixado de haver condições normais".

O risco é "acordar em 2010 com um PSD que perdeu de vez a sua dimensão nacional, um partido que conta cada vez menos para a vida pública", sustenta.

Por outro lado, Pacheco Pereira interroga-se se, perante a oportunidade de substituir a direcção de Menezes, "será que aparece a gente séria e capaz que ainda existe no PSD, para se mobilizar num programa e num governo alternativo ao PS de Sócrates".

"Aí tem mesmo que aparecer, sob pena de até eu ir votar em Menezes, metaforicamente falando claro está", declara.

IEL.

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