"Qualifica": "Não queremos apenas certificar competências, queremos dar formação académica"

por Rui Sá, João Fernando Ramos

O governo está a reabilitar o programa "Novas Oportunidades". Chama-lhe "Qualifica".
No Jornal 2 o Secretário de Estado do Emprego garante que "Não queremos apenas certificar competências, queremos dar formação académica"
Mais de metade dos portugueses em idade ativa não completou o ensino secundário. O novo programa agora lançado quer ser uma mais valia para todos eles, quer estejam empregados, desempregados ou mesmo inativos.

A aposta na formação de adultos é um dos objetivos do Programa Nacional de Reformas. Para o arranque há 65 milhões de euros para investir.

Até dezembro o país investe nele 15 milhões de euros. Para o próximo ano e meio estão reservados mais 50 milhões. Objetivo formar adultos e combater o desemprego acabando com as baixas qualificações.

"Se não requalificarmos os nossos adultos, que são quem está em idade ativa, estamos a condenar-nos a um crescimento económico potencialmente mais baixo durante muitos anos", lembra o secretário de estado do emprego no Jornal 2.

Lembra-se das "Novas Oportunidades"? O programa nasceu em 2007. Quase um milhão e 400 mil portugueses passaram pelos cursos de formação e pela certificação de competências.

Chegaram a existir 460 centros espalhados por todo o país. Em 2013 o programa tinha morrido. Estavam abertos apenas quatro. No ano seguinte só 37 pessoas tinham obtido certificação.

O PSD desde sempre questionou a bandeira política de José Sócrates que viria a substituir por por centros vocacionados para o ensino profissional.

Três milhões de adultos não concluíram em Portugal o ensino secundário.

O novo programa destina-se a todas estas pessoas. "Queremos que cada uma delas seja capaz de completar o secundário e para isso adotamos um sistema de créditos", explica Miguel Cabrita que acrescenta que, a bem do crescimento sustentado do país, estas "são gerações que não podemos deixar ficar para trás até porque o ritmo de reposição é lento".

O Sistema de créditos de que o secretário de estado do emprego fala baseia-se nos módulos que o sistema português de formação profissional já dispõem. "queremos sistematizar, caso a caso, as competências que as pessoas foram adquirindo ao longo do seu percurso escolar e profissional e identificar o que lhes falta para poderem atingir um patamar de qualificação académica superior a que detêm".

A partir deste diagnóstico, que constará de um "Passaporte Qualifica" os centros de formação propõem a frequência dos módulos já existentes que podem, ("da forma mais simples e rápida") colmatar as falhas. No final, após a certificação dos novos conhecimentos, o sistema dá ao formando a equivalência ao ensino básico ou secundário, conforme os casos.

Existem hoje 241 centros especializados na sua educação e formação. O objetivo: chegar aos 300 até ao final do primeiro semestre de 2018.
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