Cavaco terá comprado ações de Oliveira e Costa

por RTP
Cavaco Silva fez campanha em Almada Tiago Petinga, Lusa

O BPN e as ações compradas e vendidas por Cavaco Silva continuam na agenda da campanha presidencial. O “Expresso” e “Público” escrevem que Cavaco Silva comprou as ações a um preço mais baixo do que o praticado na altura da compra. Cavaco Silva responde que não alimenta “campanhas sujas e desonestas”. Durante a manhã, Cavaco aconselhou uma mulher a procurar “uma instituição de solidariedade que não seja do Estado".

Durante a ação de campanha em Almada, Cavaco Silva foi abordado por uma mulher que lamentou não ter dinheiro para alimentar o filho, dizendo depender da ajuda da Assistência Médica Internacional (AMI) para comer. Apesar da AMI ter sido fundada por um adversário na corrida às eleições de 23 de janeiro, Cavaco Silva considera que “não há adversários no combate à pobreza”.

"São essas instituições que, perante situações de pobreza e de privação, pessoas sem alimentação, estão neste momento a ajudar o nosso país. Instituições da Igreja, outras que são misericórdias, grupos de voluntariado, são esses que estão ainda a reduzir este nível de pobreza que alguns querem esconder, mas eu nunca esconderei”, respondeu Cavaco Silva, em alusão às críticas de que foi alvo por falar em pobreza.

A mulher contou que perdeu o rendimento mínimo, mas que não pode trabalhar por razões de saúde. O candidato, que viu o saco com coisas recolhidas no lixo, e em resposta ao seu pedido de ajuda, aconselhou-a a cuidar da saúde e a recorrer a instituições de solidariedade social. "Olhe, vá a uma instituição de solidariedade que não seja do Estado", recomendou, na Praça do Movimento das Forças Armadas.

Valor da compra das ações inferior ao preço para acionistas
Cavaco Silva terá comprado as ações do Banco Português de Negócios (BPN) de um lote que pertenceu a Oliveira Costa, ao preço de um euro cada, escrevem os jornais “Expresso” e “Público” escrevem, nas edições deste sábado.

Em novembro de 2000, a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) avançou para um aumento de capital, sendo praticados preços diferenciados por ação: 1,8 euros aos acionistas; 2,2 euros a outros investidores e 1 euros para investidores especiais.

As ações compradas por Cavaco Silva à SLN em 2001 eram oriundas de um lote reservado a um grupo restrito de acionistas, entre os quais estava o presidente da empresa Oliveira Costa e as sociedades do grupo SLN (SLN Valor, SLN Participações e NextPart).

Em 2001, um lote destas ações especiais, que custaram 1 euro a Oliveira e Costa, foram vendidas a Cavaco Silva pelo mesmo preço. Sem qualquer responsabilidade política na altura, Cavaco Silva venderia este lote de ações em 2003 por 2,4 euros, obtendo uma mais valia de 140 por cento.

Cavaco Silva não alimenta "campanhas sujas e desonestas"
Questionado, esta manhã, sobre se comprou ações da Sociedade Lusa de Negócios a "preço de saldo", Cavaco voltou a afirmar: “Eu disse uma vez que não voltava a dizer mais nada sobre o assunto".

"Faça aquilo que o senhor fizer, eu não alimento campanhas sujas, desonestas", acrescentou o candidato às eleições presidenciais de 23 de janeiro e atual Presidente da República, garantindo ter feito todos os esclarecimentos ontem à TSF.
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