Requiem Por Uma Empresa

Uma memória dos operários da Companhia Portuguesa de Pesca que viram prosperar e morrer uma grande empresa...

Era uma empresa próspera, organizada e praticamente auto-suficiente, que durante seis décadas deu emprego certo e condições de vida razoáveis a milhares de trabalhadores. Depois não soube adaptar-se a tempo, numa actividade em mutação muito rápida. Atravessou grandes dificuldades económicas, foi nacionalizada depois do 25 de Abril, tornou-se obsoleta e acabou por ser extinta.
Hoje, trinta anos depois, não é mais que é um amontoado de barracões ao abandono, um caos imobiliário ainda à espera que o Estado lhe dê um destino.
Esta é a história da Companhia Portuguesa de Pesca, uma empresa que teve sede no Olho de Boi, em Almada, e cuja ascensão, declínio e queda retrata a expansão e o abandono da actividade produtiva na Margem Sul do Tejo.
É também parte significativa da história da pesca em Portugal : nas águas do Cabo Branco, na costa Ocidental de África, ao largo da Mauritânia, onde os portugueses pescavam desde o século quinze, e onde a CPP fazia a sua pesca, já só há hoje um único arrastão de bandeira portuguesa ...mas propriedade de um armador espanhol.

Na ocasião em que o Museu Municipal de Almada inaugura uma exposição evocativa da Companhia Portuguesa de Pesca, a RTP apresenta-lhe uma memória da elite operária que ali nasceu, cresceu e viu morrer uma grande empresa.
Um documentário de Paulo Silva Costa, com imagem de Nelson Tondela, edição de Paulo Alexandre (com Anabela Santiago), sonorização de João Gasalho, locução de Paulo Rocha e pesquisa audiovisual de Maria de Fátima Ribeiro.